Deputado João Henrique propõe emenda para barrar "cheque em branco" de R$ 350 milhões

Imagem: Parlamentar alerta para risco de ampliação automática de dívida pública sem análise técnica ou controle legislativo
Parlamentar alerta para risco de ampliação automática de dívida pública sem análise técnica ou controle legislativo
03/07/2025 - 17:37 Por: Marinez Benjamim | Assessoria Parlamentar   Foto: Luciana Nassar | ALEMS

Com indignação diante da tentativa de ampliar sem debate público o limite de endividamento da Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGÁS), o deputado estadual João Henrique Catan (PL-MS) apresentou hoje (03.07) uma emenda modificativa ao Projeto de Lei nº 158/2025.

A proposta do governo autoriza, de forma direta e automática, a elevação do teto de financiamentos da empresa de R$ 70 milhões para R$ 350 milhões, com atualização anual pelo IPCA e sem necessidade de autorização legislativa.

Segundo o parlamentar, trata-se de um verdadeiro “cheque em branco”, que fere princípios básicos da responsabilidade fiscal, da transparência e da governança democrática. A emenda apresentada por ele visa impor limites claros e controle parlamentar ao aumento do endividamento da MSGÁS.

“A proposta do governo ignora o papel fiscalizador da Assembleia Legislativa e quer abrir as portas para que a MSGÁS possa se endividar em até R$ 350 milhões, corrigidos ano a ano, sem qualquer necessidade de debate público ou prestação de contas. Isso é inaceitável”, afirma.

A emenda estabelece dois tetos:

- Até R$ 100 milhões, a MSGÁS pode contrair empréstimos sem necessidade de autorização legislativa;

- Acima desse valor, até o limite de R$ 350 milhões, só mediante projeto de lei específico, com comprovação da necessidade, viabilidade econômica e impacto fiscal.

Além disso, a emenda determina que qualquer correção dos valores pelo IPCA só poderá ocorrer com relatório técnico formalmente enviado à Assembleia, contendo justificativas contábeis, fiscais e compatibilidade com os planos de investimento da empresa.

“Não se trata de barrar o crescimento da MSGÁS, mas sim de exigir responsabilidade com os recursos públicos e respeito à separação de Poderes. O parlamento não pode se omitir diante de uma manobra que transfere ao Executivo uma autorização ilimitada e automática para comprometer o tesouro estadual”, ressalta.

O deputado ainda criticou duramente a ausência de estudos técnicos e projeções de investimento no projeto original: “Como é possível autorizar um salto de 400% no endividamento sem qualquer base técnica ou cronograma? Isso é tudo, menos governança.”

A emenda modificativa já tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e aguarda apreciação dos demais parlamentares. João Henrique conclui pedindo apoio dos colegas: “Se rejeitarem essa emenda, estarão entregando um cheque em branco de R$ 350 milhões à MSGÁS, sem qualquer controle. Eu não posso compactuar com isso.”

As matérias no espaço destinado à Assessoria dos Parlamentares são de inteira responsabilidade dos gabinetes dos deputados.