Em Moção de Pesar, Zé Teixeira cita legado deixado por Coronel Adib

Imagem: Coronel Adib e Zé Teixeira na Assembleia Legislativa. (Arquivo)
Coronel Adib e Zé Teixeira na Assembleia Legislativa. (Arquivo)
04/03/2021 - 11:39 Por: Gustavo Nunes   Foto: Gustavo Nunes

O Coronel Adib deixa esposa e sete filhos, sendo quatro mulheres e três homens.

Um dos principais nomes da segurança pública de Mato Grosso do Sul, Coronel Adib Massad, faleceu na última quarta-feira (03.03), deixando um legado de honradez, dedicação e muito trabalho em prol da sociedade sul-mato-grossense. Como forma de homenagear um dos nomes mais importantes da história do Estado, o deputado Zé Teixeira (DEM) apresentou, em plenário, Moção de Pesar aos familiares do Coronel Adib.

“Merecedor do nosso respeito pela nobreza de caráter, em reconhecimento por sua dedicação e atuação ímpar na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o Coronel Adib é, e sempre será, um dos principais nomes da segurança pública do nosso Estado, por quem sempre será lembrado como um exemplo de profissional e ser humano, que dedicou sua vida para construir uma sociedade mais justa e segura, pelo legado de serviços prestados e de exemplos de vida à família, amigos e cidadãos”, afirmou o parlamentar

História - De origem árabe e nascido no dia 22 de abril de 1929, em Cáceres (MT), o policial militar teve 31 anos de carreira e foi um dos servidores mais respeitados tanto em Mato Grosso como em Mato Grosso do Sul.

De poucas palavras, reservado, comedido, humilde, caráter inabalável, o Coronel Dib, como era chamado, marcou sua trajetória policial pela coragem, determinação, disciplina e liderança. Par seus subordinados, foi mais além, era um homem enérgico, porém justo e operacional.

Iniciou carreira como oficial da Polícia Militar de Mato Grosso, em 1953, assumindo por três anos depois, o cargo de delegado em Cáceres, sua cidade natal. Desempenhou a mesma função em Poxoréu, Rondonópolis e Dom Aquino, no Norte  o Estado de Mato Grosso e, em Mato Grosso do Sul, em Jardim, Paranaíba e Porto Murtinho.

Foi delegado regional em Dourados e delegado de Roubos e Furtos em Cuiabá. Em 1966, comandou o 1º Batalhão da Polícia Militar de Campo Grande e, em 1975, a 4ª Companhia da Polícia Militar em Ponta Porã.

Foi titular na delegacia especializada na área de tóxicos, entorpecentes e crimes contra o patrimônio, entre 1979/1980, e depois de chefiar o Estado Maior da PM com patente de coronel, em 1987, ganhou notoriedade nacional ao comanda o GOE (Grupo de Operações Especiais) e o GOF (Grupo de Operações de Fronteira, entre1988/1995). Integrado por policiais militares e civis, o GOF ficou conhecido como a “Águia da Fronteira”.

Tornou-se uma lenda viva ao restaurar a ordem pública e reduzir a criminalidade na região de fronteira com o Paraguai no comando do antigo GOF (Grupo de Operações de Fronteira), hoje DOF (Departamento de Operações de Fronteira), em Dourados, na década de 1990.

Adib foi para a reserva remunerada em 5 de maio de 1988, tendo sido reformado em 21 de novembro de 1994.

Em 1993, a sociedade organizada e Dourados, em homenagem ao Coronel Dib e seus comandados, espalhou outdoors pela cidade com os seguintes dizeres: “nas garras desta águia repousa a tranquilidade”.

Ao deixar a corporação, Adib Massad foi eleito vereador no município com uma votação histórica, em 1996, um reconhecimento público ao trabalho que desempenhou no combate ao narcotráfico, descaminho e roubos de veículos, que era frequente na época.

No livro biográfico “Coronel Adib – A história” de 2007, de autoria do escritor cearense Guimarães Rocha, também ex-policial militar, Massad conta que o GOF era uma corporação com apenas 50 homens e cinco viaturas, mas, apesar das dificuldades, teve uma atuação ímpar no combate à criminalidade.

Nas palavras do Coronel Adib: “Todos respeitavam o GOF”, diz ele. “A ponto de nossas viaturas, ao passarem pela segunda vez numa altura qualquer da cidade (Dourados), já não encontrarem as mesmas pessoas avistadas. Mesmo o cidadão comum sabia que a viatura indicava um lembre para endireitar os passos (...)”.

Quando lhe é feita uma pergunta, durante sua narrativa no livro que descreve sua trajetória – “o senhor acha que recebeu alguma iluminação de Deus?” -, esse homem sem rodeios e de fundamentos espirituais, responde: “Considero-me feliz, protegido muito além do que mereço, porque só a providência divina para justificar o fato de eu estar vivo aqui, ainda hoje...”

Durante sua carreira, o coronel Adib conquistou inúmeros méritos pelos relevantes serviços prestados como à sociedade sul-mato-grossense.

Considerado pela Polícia Militar como um policial correto e implacável no cumprimento da lei, principalmente por ter ajudado a criar e comandado por 6 anos o Grupo de Operações de Fronteira (GOF).

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul instituiu a medalha com o nome do Coronel Adib Massad, no ano de 2017, cuja a outorga tem como propósito homenagear os profissionais da Segurança Pública e personalidades de destaque que atuam e serviram no Estado.

 

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