Livros sobre cinemas de MS e produções regionais são atrações do Ler é Viver

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Livros sobre cinemas de MS abordados no programa estão à venda na Casa do Artesão
04/06/2021 - 11:45 Por: João Grilo   Foto: Reprodução TV ALEMS

O Dia do Cinema Brasileiro é comemorado anualmente em 19 de junho, homenageando dessa forma a sétima arte produzida no Brasil e para debater cinema e literatura, os cineastas sul-mato-grossenses Marinetti Pinheiro e Filipi Silveira são os convidados do programa Ler é Viver deste mês, que entra na grade de programação da TV ALEMS nesta sexta-feira (4), às 18h. Ela também é jornalista e autora dos livros ‘Salas de sonhos – Histórias dos cinemas de Campo Grande’ e ‘Salas de sonhos II – Memórias dos cinemas de Mato Grosso do Sul’, além de ter dirigido produções como o documentário ‘Ano que vem tem mais’, sobre a história do carnaval campo-grandense, em parceria com Filipi, que já dirigiu cinco curtas em que também atua como ator. 

Em 19 de junho de 1898, o ítalo-brasileiro Affonso Segretto – primeiro cinegrafista e diretor do país – teria filmado a Baía de Guanabara, ao chegar da Europa a bordo do navio Brèsil. Essas imagens integravam o filme ‘Vista da Baía de Guanabara’, mas esse filme, se realmente existiu, nunca chegou a ser exibido. 

Mesmo nunca tenha chegado a se estruturar plenamente como indústria, o cinema brasileiro, em seus mais de 120 anos de história, teve momentos de grande repercussão internacional, como na época do Cinema Novo, entre 1963 e 1970, com filmes mostrando um Brasil de conflitos políticos e sociais, a exemplo de ‘Os fuzis’, de Ruy Guerra; ‘Deus e o Diabo na terra do Sol’, de Glauber Rocha; e ‘Vidas Secas’, de Nelson Pereira dos Santos. Entre 2001 e 2011, por exemplo, a atividade cinematográfica no Brasil envolveu pouco mais de 2 mil salas, que venderam uma média de 100 milhões de ingressos anuais, dos quais entre 15 e 20% foram para filmes brasileiros. 

A produção nacional tem mantido uma média de 90 a 100 filmes de longa-metragem por ano, mas infelizmente nem todos conseguem lançamento comercial, daí a importância dos festivais independentes. Nesse cenário, o cinema produzido em Mato Grosso do Sul colabora para o engrandecimento dessa arte.

Cuba – Graduada em jornalismo pela Uniderp, Marinetti escreveu o livro ‘Salas de sonhos – Histórias dos cinemas de Campo Grande’ em parceria com Neide Fischer, apresentado como trabalho de conclusão de curso, com muitos depoimentos marcantes, cujos enredos você pode conferir na atração. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o cinema chegou em 1903, por meio da abertura do rio Paraguai para a navegação. Essa, entre outras curiosidades, é narrada na sua segunda publicação. 

Depois disso, Marinetti estudou cinema na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antônio de los Baños, em Cuba, considerada uma das melhores do mundo, apresentando no fim do curso um documentário a respeito de uma cantora cubana de bolero. Em 2013 retornou ao Brasil e em 2017 dirigiu o longa ‘A dama do rasqueado’, baseado na vida da cantora Delinha que, por mais de 50 anos, foi a metade feminina da dupla Délio e Delinha.

Em 2019, Marinetti contou a história de uma das duplas mais importantes de Mato Grosso do Sul pela visão das artistas e suas relações com o palco. O documentário ‘Beth e Betinha’ conta a história das irmãs nascidas em Rio Brilhante e que ficaram conhecidas como ‘vozes de ouro do Pantanal’. 

Além disso, Marinetti coordena desde 2015 o MIS (Museu da Imagem e Som de Mato Grosso do Sul), que em 2019 foi uma das instituições premiadas nacionalmente pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) com o prêmio Darcy Ribeiro pela ação educativa ‘MS 40 anos em histórias cinematográficas’, um curso de documentário ministrado por você e o produtor-executivo Carlos Diehl. 

Carnaval 

Filipi Silveira, parceiro de Marinetti na direção do documentário ‘Ano que vem tem mais’, nasceu em Campo Grande, se formou em direito, mudou para São Paulo para se profissionalizar em interpretação, onde teve a oportunidade de trabalhar com teatro, TV e sua principal paixão: o cinema. Em 2012 retornou para a cidade natal e criou a produtora Cerrado’s Filmes. 

Com produções exibidas em festivais na Argentina, Austrália, Cuba, Estados Unidos, França, Índia, México, Nicarágua, Kosovo, Polônia e Uruguai, Filipi já foi indicado duas vezes ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, organizado pela Academia Brasileira de Cinema. Suas obras cinematográficas podem ser conferidas no site www.cerradosfilmes.com.br, a exemplo de ‘O Florista’, de 2012, primeiro curta de Silveira, que trata da história de um serial-killer conhecido por ‘Florista’ e que o projetou para a cena independente cinematográfica. 

Um curta experimental bastante interessante dirigido por Filipi é ‘Retrato do artista quando coisa’, deste ano, baseado nas poesias de Manoel de Barros. A produção, inclusive, participou do Festival Digital Curta Campos do Jordão, do Festival Internacional Independente de Inhapim, em Minas Gerais, e da mostra competitiva de curta-metragem com júri popular do Rec Festival – Festival de Roteiro e Escrita Criativa, realizado no Rio de Janeiro. 

Ler é Viver 

A literatura é uma arte que enriquece a cultura e transforma vidas, além de levar o leitor a viajar por diversos universos. Valorizar a leitura e divulgar ações que dignificam a arte literária são os principais objetivos do programa Ler é Viver.

O programa pode ser conferido na grade de programação da TV ALEMS, exibida no canal 9 da Claro NET TV, nas segundas, às 8h, domingos, às 12h, e sextas, às 18h. A TV Assembleia de Mato Grosso do Sul também pode ser assistida no canal oficial da ALEMS no YouTube, ou no site institucional da Casa de Leis.

 

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