Amarildo Cruz pede criação de delegacia para combater crimes raciais
O deputado Amarildo Cruz apresentou pedido para criação da Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Raciais, de Homofobia e Intolerância Religiosa (Decradi).
Na justificativa, o deputado considera as ofensas homofóbicas sofridas pelo cidadão campo-grandense, Gustavo Lima, cirurgião dentista, de 27 anos, no final do mês passado e a escalada da intolerância religiosa e racial em nossa sociedade.
Bandeira defendida há anos pelo parlamentar, a criação da Decradi-MS foi novamente solicitada por meio de indicação ao Governo do Estado. No mandato anterior, o pedido também foi feito.
Conforme o deputado, apesar dos crimes de intolerância ferirem a dignidade humana, eles infelizmente ainda são corriqueiros em nossa sociedade. Por isso, equipe tecnicamente preparada para atender e investigar esses casos é fundamental para combatê-los.
“Desde que fizemos a indicação pela primeira vez, vários foram os casos de crimes de intolerância que ficaram sem desfecho”, ressaltou.
Recentemente, em Campo Grande, um profissional de Saúde que atuava como voluntário na linha de frente de vacinação contra a covid-19 foi alvo de ofensas homofóbicas, na presença de dezenas de testemunhas.
Apesar das autoridades estarem empenhadas na investigação destes crimes, estruturas especializadas, como a Delegacia da Mulher, provam a eficácia de mecanismos específicos para atender a demanda represada de vítimas de violência que não se sentem amparadas.
Encaminhada ao governador Reinaldo Azambuja, e ao Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, a solicitação prevê a implantação da estrutura, inicialmente na Capital, com perspectiva de ampliação para outros municípios.
Em 2016, a advogada e jornalista Marinalva Pereira, criadora de vários projetos relacionados à igualdade racial, participou da sessão ordinária e falou sobre a necessidade de implementação de política pública específica para a redução das desigualdades e o fim da intolerância. Nesta época, ela já defendia a proposta da criação da delegacia, que tramitou na Casa de Leis.