Programa Direto ao Assunto conversa com professora da UEMS sobre racismo

Imagem: A professora Bartolina Ramalho Catanante é a entrevistada do programa Direto ao Assunto da Rádio ALEMS
A professora Bartolina Ramalho Catanante é a entrevistada do programa Direto ao Assunto da Rádio ALEMS
22/10/2021 - 08:22 Por: Regiane Ribeiro   Foto: Carolina Assis

Apesar das várias conquistas dos negros ao longo da história, o preconceito racial ainda se traduz de várias formas na sociedade, seja nas relações de trabalho ou no convívio social. Por isso o programa Direto ao Assunto da Rádio ALEMS, que vai ao ar nesta sexta-feira (22), conversou com a professora do curso de mestrado Profissional em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (unidade de Campo Grande), Bartolina Ramalho Catanante, que também é presidenta do Grupo Trabalho, Estudos Zumbi (TEZ).

Com o intuito de estimular a reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira foi criado, em 2003, o Dia Nacional da Consciência Negra, que é celebrado em 20 de novembro. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), por meio dos seus parlamentares tem elaborado diversas medidas que visam à inclusão, como exemplo é possível citar a Lei que estabelece em 20% as cotas para negros em concursos públicos do Poder Executivo estadual.

Conforme destacou a professora da UEMS, Bartolina Ramalho Catanante, durante bate-papo na Rádio ALEMS, em pleno século XXI, com uma tecnologia de ponta disponível, mesmo assim é perceptível uma postura racista da sociedade. “No Brasil nós temos o mito da democracia racial que destaca que todas as pessoas têm os mesmos direitos, porém quando analisamos as políticas públicas de inclusão é notório que o acesso que o negro tem diante da aquisição dos bens de consumo, observamos que esse mito está presente, ou seja, não se descrimina a partir do discurso, mas a partir da realidade focada para as pessoas negras”, pontua a especialista

Outro exemplo pela professora está relacionado a ocupação de vagas no mercado de trabalho: “Quando vamos a uma grande empresa você não encontra funcionários negros ocupando posição no alto escalão, aí podemos observa que elas estão em cargos sem muito prestígio, como também no serviço público. Essa é uma marca muito grande do racismo na nossa sociedade.

Para a presidenta do Grupo Trabalho, Estudos Zumbi (TEZ), essas atitudes são coisas não deveriam mais acontecer, pois a maioria da população brasileira, de Mato Grosso do Sul e Campo Grande, é composta de negros e pardos. “Esses dados demonstram que é preciso inverter essa postura de racismo. Não basta você não ser racista é preciso ter uma postura antirracista”, enfatizou a professora.

A especialista durante a entrevista também fala do surgimento das costas raciais no Brasil e sua origem. “Começamos com as cotas para filhos dos grandes produtores rurais, das mulheres na política, então não foi com as cotas raciais. Elas surgiram para dar igualdade para aquela parcela da população que historicamente foi prejudicada.

A entrevista com a professora do curso de mestrado Profissional em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (unidade de Campo Grande), Bartolina Ramalho Catanante, que também é presidenta do Grupo Trabalho, Estudos Zumbi (TEZ), está disponível na integra no site ALEMS, basta clicar aqui

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