Rota Bioceânica: Empresas compartilham experiências locais
No segundo dia do Fórum “A Integração dos Municípios do Corredor Bioceânico”, realizado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), no Plenário Deputado Júlio Maia, na manhã nesta sexta-feira (27), empresas do Brasil, Chile, Argentina e Paraguai compartilharam experiências sobre exportação e abordaram o potencial do comércio. O evento é de proposição do presidente do Parlamento Estadual, deputado Paulo Corrêa (PSDB).
O ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, coordenador nacional do Corredor Rodoviário Bioceânico, foi o moderador do painel.
Exportação de frango para o Chile
Edson Block, gerente da Bello Alimento (unidade Itaquiraí/MS), informou que a capacidade de produção diária de frango é de 476 toneladas por dia. O destino chileno, de janeiro até abril, representou 14,32% do volume embarcado. A rota marítima leva 40 dias, enquanto a terrestre, são 10 dias.
De acordo com Block, as principais dificuldades da rota Brasil/Chile são: a transposição da Cordilheira durante o inverno, restrição de peso, barreiras não-tarifárias, negligências com relação à temperatura dos veículos e a situação precária das rodovias.
Potencial da região de Tarapacá (Chile)
O governador de Tarapacá, José Miguel Carvajal, contou um pouco da história da região com 382 mil habitantes, banhada pelo Oceano Pacífico e vizinha da Bolívia. Segundo ele, a cidade de Iquique é a porta de entrada da Ásia para América do Sul.
“A cidade tem zona franca, aeroporto e portos, que são relevantes na economia regional e nacional. Possui localização privilegiada, pois é a entrada e saída natural do Cone Central da América do Sul para mercados internacionais”, destacou. Carvajal pretende fazer alianças de cooperação com os governos brasileiros, voltados para impulsar à integração, experiências e competitividade.
O ministro Parkinson informou que a relação com Tarapacá terá continuidade e sugeriu a abertura de um escritório regional em Campo Grande, com intuito de difundir as oportunidades de negócios entre Mato Grosso do Sul e Chile.
Exportação de grãos para Ásia
Rafael Cristiano Dolenkei apresentou a experiência da Copasul, que possui hoje em torno de 2 mil cooperados e um faturamento de R$ 3 bilhões. A cooperativa possui 19 unidades de atendimento, distribuídas em dez cidades.
“Brasil, Argentina, Paraguai e Chile estão suprimidos pela falta do Corredor. O que falta hoje é escoamento, o maior gargalo é logístico. Acreditamos que uma nova rota aumentará a competitividade. Mato Grosso do Sul tem potencial nato e teremos novas oportunidades, que hoje são invisíveis”, afirmou Dolenkei.
Experiência de uma Cooperativa Menonita (Paraguai)
Ronald Reimer, presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Chortitzer, dividiu as experiências da cooperativa de origem menonita, influente na economia paraguaia e que contribui para o desenvolvimento agroindustrial e com importantes impactos no nível sociocultural.
“A cooperativa foi fundada com a responsabilidade de fomentar e facilitar o desenvolvimento socioeconômico de seus 7.017 associados. A Rota Bioceânica será um novo capítulo para nossa comunidade. É um caminho desafiante para colônias e cooperativas do chaco paraguaio. Alianças com os países vizinhos lograrão muitos mais”, destacou Reimer.
A integração, conforme Reimer, é fundamental para a sobrevivência da comunidade menonita. O ministro Parkinson ressaltou a força do migrante menonitas e a determinação do indivíduo em construir melhores condições de vida, diante das dificuldades enfrentadas.
Produção de Jujuy (Argentina)
O intendente de Palma Sola, Fernando Aguero, abordou as estratégias que fortalecem a comercialização dos produtos da província de Jujuy. Em San Pedro, Ledesma e Santa Bárbara, a produção é destinada a laranjas, tangerinas, limões e toranjas. Para ele, o Fórum é uma forma de abrir a janela de oportunidades.
A comercialização de vinhos em Jujuy foi tratada por Ezequiel Bellone Cecchin, do Antropo Wine. Ele mostrou a diversidade e a qualidade dos vinhos de altitude “Nos últimos anos, a indústria do vinho ganhou grande notoriedade. A produção em Jujuy marca o curso de uma cultura que está crescendo, apesar de tantas dificuldades”, comentou Ezequiel.
Mario Briones apresentou outro produto ofertado pelos argentinos, a cerveja da província de Jujuy. Ele ressaltou que nada químico é utilizado no produto. “Com quatro componentes se produz a cerveja. Agregar, por exemplo, frutas teremos milhares de estilos de cervejas. Agregar valor e divulgar este produto são nossos objetivos. A logística é nosso principal problema. Com a Rota Bioceânica, nosso produto sairá da origem, de forma rápida e eficiente, até ao consumidor final”.
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