Programa Estúdio ALEMS traz raridades do acervo de vinil de Carlos Luz

Imagem: Carlos Luz enfatizou a preocupação em garantir a digitalização de seu acervo
Carlos Luz enfatizou a preocupação em garantir a digitalização de seu acervo
08/11/2022 - 09:43 Por: Lilian Veron   Foto: Luciana Nassar

O programa Estúdio ALEMS, da Rádio Assembleia de Mato Grosso do Sul, traz ícones da música sul-mato-grossense por meio do acervo do colecionador e pesquisador Carlos Luz. Os ouvintes vão ouvir, entre outras canções, uma versão de Galopeira gravada por Franquito, que aos 12 anos já se apresentava no Brasil e no Paraguai, inclusive em Assunção (PY). O adolescente era natural de Aquidauna, descendente de paraguaios, e foi o primeiro músico sul-mato-grossense a gravar um disco de vinil, por volta de 1959, além de ter atuado como ator em filmes como “Meu Destino em Suas Mãos”, de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. “Ele era o nosso Luan Santana da época”, comenta o pesquisador.

O acervo de Carlos Luz surge da necessidade de ter um catálogo na época em que trabalhava em uma gravadora, passando a ser uma paixão e uma missão. Ele garimpa sebos, acervo de rádios, que com o advento do CD e posteriormente das mídias digitais começaram a se desfazer de vinis. “É um acervo muito potencial, são músicos que gravaram desde a década de 50”.

Com a sua pesquisa, Carlos descobriu que alguns artistas sul-mato-grossenses tinham uma história perdida em relação ao vinil, com verdadeiras relíquias. Entre seus relatos, o pesquisador conta das dificuldades em gravar devido ao valor e pelo fato das gravadoras estarem localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Quem patrocinava esses discos eram os mecenas, fazendeiros ligados a esses artistas que tocavam em suas propriedades”, conta.

Luz tem no acervo obras de Zé Correa, Délio e Delinha, Almir Sater, Tetê Espíndola, entre outros. “O acervo principal de Délio e Delinha são 18 discos de vinil de 1959 a 1981, quando gravaram o último disco de vinil. Uma grande produção para época”, comenta ao anunciar a música o Sol e a Lua que representa a dupla e mostra toda a potencia vocal dos artistas no auge da carreira. “Um detalhe, a Delinha era a compositora. Então, ela tinha uma qualidade musical não apenas como intérprete, mas como compositora”, destacou.

Carlos Luz enfatiza a preocupação pessoal em garantir a digitalização de seu acervo e que o mesmo possa estar disponível para toda a população por meio do Museu da Imagem e do Som (MIS). “Não é um trabalho fácil, é pesquisa, é garimpo. Essa não é a coleção do Carlos Luz, na verdade é um acervo riquíssimo da música sul-mato-grossense”.

Para ouvir a entrevista completa de Carlos Luz, clique aqui

 

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