Neutralidade ideológica: O combate inicia no fortalecimento da Família

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No seminário, foram debatidas questões relacionadas às ideologias nas escolas e universidades do Estado
01/06/2023 - 21:02 Por: Christiane Mesquita   Foto: Wagner Guimarães


O deputado Rafael Tavares propôs o evento

Com o objetivo de discutir a importância da neutralidade ideológica na educação, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) sediou nesta noite (1º), o I Seminário sobre Doutrinação Ideológica no Ensino, por proposição do deputado estadual Rafael Tavares (PRTB). Parlamentares, estudantes, professores, entidades de classes, instituições de ensino e a sociedade civil participaram do inédito debate. Família e a importância de fortalecer esses laços entre pais e filhos foi um dos encaminhamentos do evento. 

Preocupado com os impactos que a ideologia pode trazer à formação dos cidadãos, Rafael Tavares relatou um dos processos movidos por educadores contra ele. “Um deles, em Aquidauana, durante a pandemia do Covid-19, a professora extraiu um recorte de um veículo de comunicação que culpava o ex-presidente Jair Bolsonaro pelas mortes de Covid-19, e inseriu em uma prova para adolescentes de 12 a 13 anos, com perguntas de interpretação que induziam os alunos a culparem o ex-presidente. Isso é um exemplo claro de doutrinação”, explicou.

“Uma sociedade que não protege as crianças não protege ninguém. Há um projeto meu em tramitação para que não haja execução musical de músicas com letras que faça apologia ao crime, ao uso de drogas ou que expressem conteúdos sexuais nas instituições escolares públicas e privadas no Estado de Mato Grosso do Sul. Convocarei a sociedade para a necessidade de aprovação desta matéria”, declarou o deputado Rafael Tavares.


O deputado federal e palestrante, Gustavo Gayer

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) destacou aspectos da ideologia nas escolas. “A doutrinação nada mais é que retirar daquele indivíduo a capacidade de ser um ser pensante, ser reduzido a uma peça ideológica, que só repete o que a ideologia determina. E acontece de uma maneira muito sórdida, quase imperceptível, e isso está no livro do patrono da Educação, tão defendido pela Esquerda, Paulo Freire. Seu filho então é 'seqüestrado' de você, é uma ideologia tão perversa, tão maligna e tão bem estruturada. É necessário cuidar de suas família, passarem mais tempo juntos, terem uma atenção maior com os filhos, entre o casal, e dar o exemplo de masculinidade e feminilidade”, declarou o parlamentar.

Karen Nery, mãe e médica veterinária, falou sobre o movimento que iniciou nas redes sociais para alertar aos pais e professores. “Conto agora com 80mil apoiadores. Há uma agenda perigosíssima. Vocês precisam estar cientes do que pode acontecer na casa de vocês. Vou falar da lavagem cerebral versus doutrinação, porque seu filho não muda de repente, é progressivo. A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas [ONU] está acontecendo dentro de sua casa. Tomem cuidado com essa pauta racial, com a ideologia de gênero em livros paradidáticos e a psicose ambientalista tenebrosa. O conservador só defende a liberdade individual. Hoje, nas escolas, estão educando nossos filhos numa bolha marxista. Existe ativismo sexual, político, feminismo e assuntos polêmicos no ensino. Eduquem seus filhos e fiquem mais tempo em suas casas”, destacou.


O Seminário lotou o Plenário Júlio Maia, na Assembleia Legislativa

O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) falou sobre a expectativa de construir um futuro melhor para as próximas gerações. “É importante que a Direita amadureça. Essa pauta é fundamental. A adversidade e o momento triste que nós vivemos forjará à ferro e fogo uma Direita forte e coesa. Está na hora de levantarmos e abraçar a pauta do anti-feminismo. Não vivemos de narrativa, estamos fulcrados na verdade, e isto que está sendo denunciado aqui, ecoará em todo o Mato Grosso do Sul e no Brasil. É isso que enche de esperança e traz acalento e consolo”, exclamou.  

O professor de Geografia, Rafael Mello, reforçou a necessidade de ensinar sem doutrinar. “Temos que ter a liberdade de educar nossos filhos e eles devem ter a mesma liberdade no futuro. Hoje há doutrinação nas escolas, jornais, músicas, aplicativos, em tudo. Nos métodos das escolas também há idéias equivocadas sobre capitalismo e conservadorismo, e isto vai gerando um senso comum, de forma que para quebrar isso, acaba ficando muito complicado. Temos que estar vigilantes”, alertou.


Vivi Tobias testemunhou o que viveu numa escola

Viviane Tobias, mãe, já se deparou com a doutrinação ideológica no ensino de um dos filhos.  “Era um assunto que ninguém discutia antes, a doutrinação em sala de aula. Somos libertos destas narrativas e amarras da esquerda. O movimento feminista assim como o marxismo entrou nas escolas. Senti na pele o que é doutrinação, quando fui chamada numa escola porque meu filho não quis beijar um garoto e abraçar, e eu expliquei que ensinei meu filho assim, e com isso eu validei a masculinidade dele. Meu filho não só ouviu como defendeu o que acreditava diante de uma autoridade. Eu passei a ser perseguida e tirei-o da escola, recomeçamos em uma nova escola onde não havia doutrinação. O movimento feminista vem sorrateiramente desconstruído isso e deturpando os jovens”, disse

O estudante de Administração Pública da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), e coordenador de articulação política do Partido Republicanos, exalta a importância de abordar o assunto. “Escolhi um ideal, a liberdade, a verdadeira liberdade, e a capacidade de escolhermos nossas próprias opiniões, independentes de amarras ou ideologias. O assunto de hoje é um problema que afeta cotidianamente, camuflado, escondido, mas sempre está lá. Está sendo utilizada como ferramenta de doutrinação ideológica até nas universidade, onde apenas uma visão de mundo é mostrada. Precisamos garantir ao futuro uma educação plural e aberta. Construir um mundo onde todas as pessoas possam voar além do horizonte da opressão”, concluiu.

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