Nova comissão fomentará políticas públicas para Ciência, Tecnologia e Inovação

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) instalou na manhã desta terça-feira (4) a sua 17ª comissão permanente, durante evento no Plenarinho Nelito Câmara. Com a presença de diversas entidades, a Comissão Permanente de Ciência, Tecnologia e Inovação foi criada pela Resolução 08/2023 e terá como membros permanentes o deputado Junior Mochi (MDB) como presidente, Professor Rinaldo Modesto (Podemos) como vice-presidente, Mara Caseiro (PSDB), Roberto Hashioka (União) e Gleice Jane (PT) como membros efetivos.

Os suplentes serão os deputados Londres Machado (PP), Antonio Vaz (Republicanos), Lucas de Lima (PDT), Zeca do PT (PT) e João César Matogrosso (PSDB), os dois últimos também presentes ao evento de hoje. O presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP), abriu os trabalhos. “Conforme vão avançando as tecnologias, a gente não pode estar distante. Por isso é importante que a Assembleia seja um espaço aberto para que todos possam trazer os debates aqui e podermos, então, participar com políticas públicas que possam acompanhar o avanço e desenvolver a Ciência, Tecnologia e Inovação. Essa comissão vem para marcar o protagonismo, que também cabe ao Legislativo. Em nome de todos os deputados, eu deixo as portas abertas”, afirmou.

O presidente da nova comissão, deputado Junior Mochi (MDB), agradeceu e explicou que a iniciativa de criar uma comissão, e não uma Frente Parlamentar, se deu, justamente, devido ao caráter permanente. “O objetivo é estabelecer uma conexão entre o Poder Legislativo, as fabricas de conhecimento que são as universidades, o Poder Executivo e a iniciativa privada, para que possamos estar acompanhando os assuntos e também por representarmos toda a sociedade. Essa interlocução é necessária para que possamos avançar. Essas áreas são fundamentais para o crescimento econômico para o país, para a criação de novos produtos, que geram valor agregado e empregos qualificados. Além disso, são importantes para o fortalecimento e consolidação do crescimento do Estado e qualidade de vida da população, além de resolutividade de problemas globais”, explicou Mochi.

Da mesma forma, o vice-presidente, deputado Professor Rinaldo disse da importância que é a tecnologia na sociedade. “O mundo é tecnológico. Colocamos emendas e buscamos que os jovens tenham atrativos na escola. E agora com essa comissão, vamos ter muito trabalho com os projetos [que poderão se tornar leis]. Temos deputados comprometidos com a Ciência e Tecnologia e que possamos fazer jus a esse momento, de desenvolvimento do Estado. Amanhã teremos reunião, estão convidados”, convidou Rinaldo falando da reunião entre as comissões de Ciência e Tecnologia e a Comissão de Educação e Desporto, a qual foi desmembrada para a criação dessa nova comissão instalada hoje – saiba mais aqui. A nova reunião será no mesmo local, às 14h da quarta-feira. 

O evento contou com representantes de diversas entidades, dentre elas, a Fundect, o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a universidade UCDB, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e a Fundação de Esportes Eletrônicos e Tecnológicos do Estado e a Ordem dos Advogados do Brasil – MS.

Em nome da UFMS e representando o Conselho de Reitores, a professora doutora Maria Lígia Macedo disse que ter uma comissão desse mote, é assumir o compromisso real com a Ciência e Tecnologia. “Não existe nação que não tenha investido nessa área. Investido eu digo, porque nessa não se tem 100% garantido, mas tudo o que se consegue já é investimento. Por isso, com políticos engajados e as fundações de apoio, nosso MS tornou-se o principal estado de tecnologia. Isso é política de estado. Estou há 30 anos na UFMS e se hoje as instituições tiraram nota máxima nas avaliações é porque têm governo, políticas e institutos que garantem investimentos e que têm comprometimento com empresas, público e cientistas. Sem investimento continuaremos a crescer, mas não na velocidade que podíamos ter”, considerou.

Em nome do Governo do Estado, o secretário-adjunto de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Ricardo Senna disse da importância da comissão se alinhar com as demandas do Executivo. “Assim ampliamos o diálogo com as universidades, inovações, o cidadão e a assembleia. Eu já colocaria pautas para a comissão: queria ponderar que a inovação do Vale do Silício [EUA], ela é um tanto excludente. Precisamos fazer com que o cidadão comum se aproprie e que possa participar desse processo. Por isso a Assembleia é importante, porque vocês tem o contato com a ponta, que é o cidadão. É importante que esse Parlamento se mobilize e reforce esse sistema para que possamos fomentar também o interior e crie uma rede também nas câmaras municipais. Levantamos quais são as prefeituras que falam do tema, não cabem em uma mão. Para fazermos esse trabalho de produção científica polarizado é longo prazo. Quando a gente financia uma pesquisa em cinco, dez anos, parece dinheiro jogado fora, então quem decide acha que é uma área que não deve ser fomentada, mas vamos mudar esse raciocínio. Temos talentos e dinheiro”, destacou.

Representando a Fundect, o diretor-presidente Márcio de Araújo Pereira explicou que considera o momento histórico. “A luta pela ciência é uma luta pela sociedade e pelo futuro. É difícil demostrar, porque hoje começamos com mil bolsas de R$ 400 à pesquisa no Ensino Médio e temos bolsas até o pós-doutrado, esse é um componente da qualificação de pessoas e investimos também em pesquisa, como a sobre carbono neutro, que já foi copiado por todo o país. Estamos inovando, MS tem mais de cem empresas investidas com startups. Esses investimentos, ao longo dos anos representam muito a alunos professores e empresas que ajudam o Estado a crescer. Vocês, com a comissão, vão nos ajudar a dar o tom ao futuro. Queremos ajudar nessa construção”, pontuou.

De acordo com a Resolução 08/2023, a nova comissão agora tratará dos seguintes temas: desenvolvimento científico, pesquisa e capacitação científica e tecnológica, e inovação; informatização do Poder Legislativo e organização institucional do setor; matéria atinente à política estadual de Ciência e Tecnologia; política estadual das tecnologias da informação, automação e informática, ciência, tecnologia e inovação; sistema estatístico, cartográfico e demográfico; sistema estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação; acordos de cooperação com outros entes federativos na área de ciência, tecnologia e inovação; e desenvolvimento tecnológico da indústria das tecnologias da informação e da automação e seus aspectos estratégicos.