Deputados pedem concurso regionalizado e adicional de fronteira para policiais
Com a previsão de novo concurso para cerca de 400 vagas para a Polícia Civil em Mato Grosso do Sul, o deputado Paulo Duarte (PSB), usou a tribuna para pedir ao Governo do Estado que o certame seja feito de forma regionalizada. Por meio de indicação, assinada por outros deputados, Duarte também sugeriu que seja colocado um adicional para todo o efetivo que atuar em regiões de fronteira.
“Entra governo e sai governo, parece que falta vontade política de resolver a situação. Então fiz essa indicação para que as novas forças de Segurança de Mato Grosso do Sul, tenham, de forma concreta, uma solução imediata para manter o profissional lá. Parece que eles passam no concurso já de costas, vendo para onde vão depois. Comparando com a Forças Armadas, a Marinha, por exemplo, eles já têm o adicional de salário e a redução de tempo de aposentadoria. Todo mundo fica doido para atuar em Ladário. E hoje aos policiais não se tem nada e sabemos que o tipo de trabalho é diferente na fronteira”, ressaltou Duarte.
De acordo com o parlamentar, a população carcerária soma cerca de 23 mil pessoas, sendo 40% proveniente de crimes ligados ao tráfico de drogas. “Portanto, o Estado acaba bancando esse custo, de mais de R$ 2 mil por preso, de crimes acontecem aqui, mas não são responsabilidade do Estado e sim da União e ainda, ao mesmo tempo, a droga nem é para aqui, é um corredor. A deficiência é muito grande quanto a lotação dos policiais militares ou civis, sendo que se melhorasse aqui iria refletir na melhora lá no Rio de Janeiro”, explicou.
Atuantes na Segurança Pública, Coronel David (PL) e delegado Caravina (PSDB) concordaram. “Quando fui comandante geral da PM senti a dificuldade em colocar efetivo nessas regiões, por conta do perigo, da falta de condições de moradia, que afetam diretamente o salário. Os concursos regionalizados são necessários. Muito importante também o adicional, seria atrativo e forma de manter a atuação”, comparou. “São medidas fundamentais. Temos um déficit muito grande e só vai resolver quando, definitivamente, ações como essas serem colocadas em pauta”, considerou Caravina.
Professor Rinaldo Modesto (Podemos) relembrou que as drogas são motivos de diversos problemas sociais. “As drogas tem acabado com o físico, psíquico, alma e a família. Então esse tema é muito procedente. Temos que mudar o jeito de só correr atrás do prejuízo. É preciso investir na prevenção. Há crianças viciadas em maconha. Com 15 anos já estão na cocaína, matando os pais para alimentar o vício”, lamentou.
Da mesma forma, Lia Nogueira (PSDB) confirmou que o problema de Mato Grosso do Sul ser um corredor para o tráfico de drogas advindas do Paraguai e da Bolívia persiste. “Como repórter policial que fui por mais de 20 anos, o que a gente mais via é essa necessidade de reforço nas fronteiras. O policial de lá, sem desmerecer os demais, é preparado, sabe das peculiaridades. Temos um modelo integrado. A delegacia de Dourados é a campeã, todos os anos bate recordes de apreensão, mas precisamos que esse policiamento seja repensado. É de urgência a questão nas fronteiras”, finalizou.
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