<P>“Se a mulher tem o direito de ir ao cadafalso, ela também tem o direito de subir à tribuna”. Com esta frase, a deputada estadual Simone Tebet iniciou seu discurso na sessão solene, realizada nesta quinta-feira, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. </P><P>Para a parlamentar, esse é um dos momentos mais ricos da história da humanidade, pois o homem se mostra capaz de grandes feitos, mas também de grandes barbáries.</P><P> “O homem foi capaz de descobrir a cura de doenças que já matam milhares de pessoas, mas também foi capaz de clonar seres humanos sem a menor discussão ética. Os avanços da tecnologia aboliram fronteiras, eliminaram distâncias então, por que nos encontramos tão sós? Em 2015 chegaremos a Marte, mas somos incapazes de compreender que ainda cometemos atrocidades, permitimos a existência de preconceitos”, disse ela. </P><P>A deputada lembrou que a Constituição Federal brasileira é uma das mais avançadas do mundo em diretos e devemos, contudo, na prática, ainda se está muito longe de se atingir essas metas. “Somos 51% das matrículas escolares, mas as primeiras a ficarem desempregadas em época de crise. Um ditado machista, muito conhecido, é capaz de retratar muito bem a realidade brasileira: a cara do Brasil mais pobre é a cara de uma mulher negra e nordestina”, completou. </P><P>Simone falou também da evolução feminina na política: “Apesar da garra e da coragem de mulheres guerreiras, não temos hoje nem 10% dos cargos eletivos no país ocupados por mulheres. Dos mais de cinco mil municípios do país, apenas 400 são governados por prefeitas. Temos apenas 10 senadoras para um montante de 85 vagas no Senado, entretanto, o que mais preocupa é a questão social”, disse ela. </P><P>Mulheres continuam a morrer de câncer, discursou a deputada, por falta de atendimento preventivo. Outro dado estatístico, apontado por Simone: 30% das gestantes nunca fizeram seque uma consulta de pré-natal. Além disso, existe a questão de violência: uma em cada quatro mulheres já sofreu algum tipo de violência e o mais grave é que a violência acontece dentro de casa. Para concluir o discurso, a deputada lembrou das mulheres simples que ensinaram com seus legados de vida: mães, professoras, servidoras, voluntárias e garantiu, como líder de partido, que saberá honrar a confiança depositada e carregar a bandeira, que visa um mundo mais humano. “Não somos fortes porque estamos aqui, somos fortes porque lutamos, porque precisamos e merecemos a tão sonhada liberdade”, concluiu ela. </P>