Mais de 300 pessoas participam da audiência sobre povos indígenas

<P>Mais de 300 pessoas estão participando da audiência pública sobre a "dívida social de Mato Grosso do Sul com os povos indígenas", que está sendo realizada no plenário Júlio Maia, na Assembléia Legislativa.</P><P>A audiência pretende buscar soluções para os diversos problemas enfrentados pelas comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul, priorizar o debate sobre a demarcação de terras,&nbsp;buscar alternativas econômicas de subsistência das comunidades e discutir&nbsp;políticas públicas, tendo os povos indígenas como protagonistas da formulação dessas políticas.&nbsp;</P><P>O Estado abriga 53 mil indígenas, pertencentes às etnias Guarani-Kaiowa, Guarani-Nhandewa, Terena, Guató, Kadiwéu, Kinikinawa, Ofaié, Atikum e Camba. "O valor da dívida de Mato Grosso do Sul com os povos indígenas se revela, principalmente, nos conflitos pela terra, na desnutrição, violência, alcoolismo e suicídio", disse o deputado Pedro Kemp (PT), que preside a audiência. Apenas no ano passado, foram registrados 53 suicídios, a maioria entre jovens e adolescentes. De acordo com dados da Funasa, 1.379 crianças indígenas com menos de cinco anos vivem em Mato Grosso do Sul em situação de desnutrição severa.&nbsp;O índice de mortalidade infantil chega a 62,7 óbitos por mil crianças nascidas vivas, segundo o IBGE. Dados da Funai apontam 14 áreas no estado com focos de conflito pela terra: em Antônio João, Dourados, Aral Moreira, Tacuru, Amambai, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Paranhos, Maracaju e Dois Irmãos do Buriti.</P><P>Entre os participantes, estão o cacique Valdomiro Aquino, representante da etnia guarani-kaiowa, o professor da Aldeia de dois Irmãos do Buriti, Alberto França Dias, o cacique ofaié-xavante, José de Souza, o&nbsp;presidente nacional da Funai, Eduardo Aguiar de Almeida, o secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário, Valteci Ribeiro Castro Júnior, o assessor do Ministro da Justiça para Assuntos Indígenas, dr. Cláudio Beirão, além de representantes do Ministério Público Federal.</P><P>A&nbsp;audiência continua no período da tarde, quando serão debatidos os temas levantados&nbsp;durante a&nbsp;manhã.</P>