<P>O professor da Aldeia de Dois Irmãos do Buriti, Alberto França Dias, ocupou a tribuna da Assembléia para pedir agilidade na demarcação das terras indígenas, e disse que as comunidades estão passando por momentos muito difíceis. "Até parece que foi a gente que embarcou naquela caravela e ocupou o estado", criticou, referindo-se aos colonizadores europeus. "Até o momento, somos nós que estamos dando explicações sobre a nossa terra. Mas já não vamos mais ficar parados, vendo nossos parentes sair em busca de outras terras, porque nossa área já está pequena. Queremos o mais rápido possível a demarcação", disse. De acordo com o professor, cerca de 3 mil índios vivem em 2.090 hectares, na Aldeia Buriti. Os terenas reivindicam 17 mil hectares que já foram reconhecidos, por meio de estudo antropológico, como pertencentes aos seus antepassados. </P><P>O professor criticou também a repressão e a falta de políticas voltadas às comunidades indígenas. "A todo momento, quando há uma manifestação do nosso povo, somos oprimidos. (...) Queremos somente um pedacinho da terra para vivermos em paz e criarmos nossos filhos."</P><P>O cacique da Aldeia de Panambizinho (Dourados), Valdomiro Aquino, da etnia guarani-kaiowa, também cobrou das autoridades a resolução dos problemas enfrentados pelos povos indígenas, e criticou a burocracia existente para a demarcação de terras.</P>
