Comissão de Saúde ouve versão dos médicos sobre problemas no HR

27/05/2003 - 19:10 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<P>A Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Nelson Trad Filho (PMDB), se reuniu nesta manhã com cerca de 15 integrantes do corpo clínico do Hospital Regional Rosa Pedrossian, para ouvir a versão dos médicos sobre os problemas que o hospital enfrenta e tentar esclarecer as denúncias de infecção e óbitos de pacientes pela bactéria <EM>Pseudomonas aeruginosa</EM>. Na última sexta-feira, a Comissão ouviu o diretor do HR, Salvador Arruda, e representantes da Secretaria de Estado de Saúde.</P><P>Médicos que compõem o corpo clínico do HR, entre eles o ex-diretor clínico Ronaldo Costa, que foi afastado do cargo, a dra. Sueli de Souza Resende, que exerceu a coordenação do serviço de Ginecologia e Obstetrícia, e o dr. <FONT color=black>Dorsa, solicitaram aos deputados a intermediação </FONT>para que consigam uma audiência com o Governador José Orcírio Miranda dos Santos. </P><P>A dra. Sueli Resende afirmou, em entrevista, que os médicos pretendem informar ao Governador os "desmandos que acontem no hospital, e que culminaram com a infecção". "O que tem por trás disso são problemas gravíssimos, e caso não sejam tomadas as devidas providências vão trazer outros problemas". "Todas as pessoas que estavam no processo de investigação da infecção foram afastadas, ou seja, não há interesse na investigação do caso", afirmou o médico Ronaldo Costa.</P><P>Os integrantes do corpo clínico do hospital também entregaram aos deputados um ofício, no qual consta suas denúncias e revindicações. De acordo com o documento, a direção clínica do hospital concedeu entrevista à imprensa no dia 20 de maio para esclarecer "a real gravidade dos fatos", já que desde a primeira publicação sobre a presença da bactéria <EM>Pseudomonas aeruginosa </EM>em pacientes internados no HR, a partir de denúncia anônima, em 15/05, as informações das autoriadades que até então haviam se pronunciado eram "desencontradas, desde a admissibilidade do problema a sua total negação, passando por atitudes precipitadas e substancialmente alarmistas de admitir, inclusive, a contaminação da água do HR pela bactéria".</P><P>O documento questiona os resultados apresentados pela diretoria do Hospital. "Não é apenas o resultado de um exame denominado hemocultura de um paciente que já está sob o uso prévio de antibióticos que vai definir caso, principalmente pela tendência natural do resultado negativar em decorrência do uso prévio de antibióticos (...)". O documento afirma, ainda, que "segundo os critérios do Centro de Controle de Doenças (CDC-EUA), também adotados pelo Brasil, confirmam-se casos de infecção." Na reunião da Comissão de Saúde, realizada na semana passada, o diretor do hospital, Salvador Arruda, afirmou que nenhum dos pacientes que foram a óbito estavam infectados pela bactéria. Diante das divergências, os médicos sugerem a instauração de um fórum oficial "que observe antes e acima de tudo o método <FONT color=black>científico</FONT> como forma de análise dos casos de infecção por <EM>Pseudomonas aeruginosa, </EM>com livre acesso aos registros dos pacientes e instâncias do HRMS."</P><P>Os deputados que participaram do encontro - Nelson Trad Filho, Dr. Loester, Simone Tebet (presidente da Comissão de Serviços Públicos e Administração), Flávio Kayatt e Pedro Teruel (presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos) querem mais esclarecimentos sobre o fato, já que as versões apresentadas pela diretoria do hospital e pelos médicos que denunciaram a infecção são divergentes. De acordo com Teruel, os parlamentares solicitaram a avaliação dos Conselhos Regionais de Medicina, Farmácia e Enfermagem.</P>
Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.