<P> A segunda parte da audiência pública sobre os produtos transgênicos teve início com a palestra "Biotecnologia Moderna", ministrada pelo pesquisador da Embrapa, Dr. Maurício Antônio Lopes que abordou a situação mundial dos transgênicos, as inovações no setor, as oportunidades para o Brasil e a regulmentação de leis específicas. "A biotecnologia moderna não se restringe apenas a produção de transgênicos", destacou. </P><P>De acordo com as explicações do pesquisador, a biotecnologia aplicada aos setores agroindustrial e agroalimenta criaram megacorporações "As pequenas empresas foram incorporadas de tal forma que hoje apenas 4 empresas concentram 57 por cento do investimento global em biotecnologia". E os investimento custam caro: numa pesquisa de sucesso, para cada acerto são necessárias 250 tentativas. "Dizer não aos transgênicos pode ser perigoso", em países como Brasil e Africa que possuem solos pobres com estresses abióicos (secas) e bióticos (pragas) é preciso investir em pesquisa, regulamentar leis e se preparar para o futuro, caso contrário, esses países terão que importar tecnologias. </P><P>O Brasil, por lei, não pode ter safras de produtos transgênicos, mas este ano o Congresso Nacional regulamentou a comercialização de 7 milhões de toneladas de soja transgênicas produzida no Brasil com sementes contrabandeadas da Argentina. Essa safra de transgênicos colocou o Brasil num patamar equivalente a China e ao Canada. "Os primeiros produtos da biotecnologia moderna foram desenvolvidos priorizando valores econômicos e por isso surgiram posições extremadas", disse o pesquisador, que alertou também para a necessidade de tratar essa questão da tecnologia como uma questão de Estado e de desenvolvimento para o futuro.</P>