Discussão sobre transgênicos continuará em Brasília

30/06/2003 - 19:21 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<P>Terminou há pouco a videoconferência sobre produtos trangênicos, coordenada pelo presidente da Comissão de Agricultura de Mato Grosso do Sul, deputado Semy Ferraz (PT). Participaram do debate assessores e deputados estaduais de Tocantins, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Ceará. </P><P>Os parlamentares demonstraram preocupação quanto a dependência tecnológica internacional, o oligopólio do conhecimento exercido por algumas poucas empresas, a competitividade do produto brasileiro no mercado externo, os possíveis danos que os trangênicos possam causar no meio ambiente e ao ser humano e quanto à autorização para pesquisas científicas.</P><P>Os deputados constataram que os dados apresentados por defensores e opositores da liberação do plantio de sementes geneticamente modificadas são contraditórios. Enquanto uns acreditam que o Brasil deve autorizar o plantio e comercialização de produtos trangênicos para garantir a competitividade no mercado internacional - já que os trangênicos barateiam a produção - outros acham que o produto não transgênico é mais valorizado no exterior, principalmente na Europa, porque os cientistas ainda não chegaram a um consenso sobre os riscos que essa nova tecnologia oferece, no que se refere à saúde e ao meio ambiente.</P><P>"A pesquisa é fundamental. Se vamos depois liberar o plantio de transgênicos ou não, essa é uma outra história", disse o deputado Adail Barreto, do Ceará. O vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Tocantins, Nasser Yunes, também defendeu a pesquisa dos transgênicos. Ele acredita que os avanços da ciência poderão, inclusive, reverter as desvantagens dos pequenos agricultores. "Os mercados ditam as regras, eles é que vão dizer do sucesso ou não dos trangênicos. Essa tecnologia deve ficar nas mãos de quem possa difundi-la", afirmou. Segundo o diretor da Embrapa-RS, dr. Benami, a transgenia não passa de um processo, de uma simples ferramenta, que deve ser encaixada no conceito de sustentabilidade. "A evolução da ciência nos ofereceu uma ferramenta, que vamos decidir se será usada ou não, desde que não seja danosa à saúde, ao meio ambiente e acima de tudo, que não seja danosa à economia." "Temos que desmistificar essa situação dos trangênicos", disse o deputado César Halum (TO), que dfendeu o plantio. "Vamos acabar perdendo nosso mercado. Quero que o Brasil esteja incorporado ao mercado mundial e não é por vaidade ou por qualquer ideologia que vai ficar de fora", afirmou. O deputado de São Paulo, José Zico do Prado, também defendeu o plantiu dos trangênicos, dizendo que não faz mal algum à população nem ao meio ambiente.</P><P>O deputado Semy Ferraz apresentou três propostas de encaminhamento, todas aceitas pelos demais parlamentares: estimular a pesquisa científica dos trangênicos, simplificando a legislação; atuar no sentido de construir a independência tecnológica do Brasil e realizar um fórum em Brasília, na sede da UNALE, com os integrantes da Comissão de Agricultura das Assembléias Legislativas e da Câmara Federal.</P>
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