Comissão de Agricultura discute transgênicos às 15h

26/11/2003 - 18:16 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p>O Projeto de Lei de Biosegurança que chegou ao Congresso Nacional pode inviabilizar pesquisas com plantas geneticamente modificadas, pois exige sete licenças de diversos órgãos para realizá-las. Este será o principal tema discutido pela Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, às 15h deste 26 de novembro, no Plenarinho da Casa. A situação atual dos transgênicos no Brasil e em Mato Grosso do Sul, e a Medida Provisória 131/03, que libera o plantio e comercialização da safra de soja transgênica de 2004, serão outros pontos abordados por pesquisadores, técnicos, parlamentares, autoridades federais e produtores rurais. </p>

<p>Sob a coordenação do deputado estadual Semy Ferraz, presidente da comissão, entidades como Embrapa, UFMS, Famasul e Iagro estarão representadas na discussão, contribuindo para a definição de um posicionamento sobre a questão. Antes de ser favorável ou não à liberação definitiva dos transgênicos, Semy destaca que sua grande preocupação é com o destino da pesquisa brasileira nessa área. “É lamentável a situação enfrentada por nossa principal instituição de pesquisa, a Embrapa, que se quiser pesquisar banana transgênica, por exemplo, tem que ir para Honduras, pois as pesquisas de campo no Brasil não são permitidas. Se a situação continuar, vamos ficar reféns da tecnologia da Monsanto” enfatiza. </p>

<p>O pesquisador da Embrapa Francisco Aragão é um dos que não conseguem, desde outubro de 2001, fazer experimentações em campo com organismos geneticamente modificados. Ele está desenvolvendo sementes de feijão transgênico resistentes a um tipo de vírus, porém não tem como continuar o trabalho por conta da burocracia que envolve o processo de licenças para pesquisas do gênero. “Além das sete licenças necessárias, da lentidão em todo o processo e da dificuldade para obter financiamento, outro problema é que a maioria das pesquisas precisa de experimentação em campo numa determinada época do ano, e se perder o momento certo, só no outro ano”, relata. </p>

<p>Para o engenheiro agrônomo Edimilson Volpe, assessor da Comissão de Agricultura da Assembléia, a posição dos assessores do Ministério do Meio Ambiente é medieval e pré-iluminista. “Eles são os principais responsáveis pelos entraves á pesquisa no Brasil, pois são despreparados para suas funções. Não entendem que dificultar o desenvolvimento da tecnologia nacional significa ficar cada vez mais na retaguarda da história e ter que engolir o monopólio de multinacionais, como no caso da soja do Rio Grande do Sul”, afirma. O deputado Semy adianta que a comissão vai propor a organização de um movimento para reivindicar a mudança do projeto no Congresso.</p>
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