<P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Aconteceu hoje, na Assembléia Legislativa, o "Encontro Nacional de Questões Agrárias e Indígenas", promovido pela Escola Superior de Magistratura, de São Paulo. Além de lideranças indígenas e produtores rurais, participaram do evento a sub-procuradora geral da República, Ela Wiecko de Castilho, o presidente da OAB/MS, Vladimir Rossi, o juiz federal Odilon de Oliveira e o ministro do Superior Tribunal Federal, Ary Pargendlel.</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>O cacique da aldeia Buriti, em Sidrolândia, Antônio Bernardo, criticou o tratamento dado aos índios, que, segundo ele, são considerados passivos. Ele disse estar confiante de que a decisão judicial sobre os 17 mil hectares pleiteados pelos indígenas da aldeia Buriti será favorável. A aldeia atualmente conta com dois mil hectares, onde vivem cerca de três mil índios. A decisão deve sair em janeiro do próximo ano.</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>O presidente do Sindicato Rural de Dois Irmãos do Buriti, Hiroshi Kato, acusou os indígenas da região de arrendar terras ocupadas. O cacique da aldeia Lagoinha, Basílio Jorge, negou, explicando que a reserva está em uma área de apenas dois mil hectares, o que é pouco para o tamanho da população, o que impossibilitaria o arrendamento. </FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>O juiz federal Odilon de Oliveira afirmou que a União deveria doar os bens apreendidos de traficantes para auxiliar no trabalho com indígenas ao invés de leiloa-los. O juiz acredita que a estratégia de investir esses recursos no combate ao narcotráfico traria mais resultado se as verbas fossem aplicadas nas aldeias próximas à fronteira, onde há consumo de bebidas alcóolicas, maconha e até mesmo cocaína.</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>A sub-procuradora geral da República, Ela Wiecko de Castilho, criticou as emendas, referentes a políticas indigenistas, que estão tramitando no Congresso Nacional. Uma delas trata das parcerias agrícolas e outra da delimitação na mesma proporção de terras indígenas em todos os estados da federação. Ela Castilho acredita que as parcerias agrícolas permitem os arrendamentos e, dessa forma, os brancos continuariam "explorando e utilizando os serviços e a terra indígena”. Sobre a emenda do limite de área, a sub-procuradora disse que em vários lugares a delimitação ficará aquém das necessidades. Ela disse ainda que é contra a indenização de fazendeiros, no caso de se comprovar judicialmente determidas áreas como indígenas, mas afirmou que isso pode acontecer, já que "a elite está muito bem representada no Congresso e no Senado".</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>O Encontro Nacional de Questões Agrárias e Indígenas continua neste sábado, na Assembléia Legislativa.</FONT></P>