A Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi palco da mais importante discussão sobre educação no Estado na tarde dessa quarta-feira (24/03). Aproximadamente 300 estudantes participaram da Audiência Pública sobre a situação do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, nos campi de Campo Grande e Dourados.<P>A audiência foi convocada pelo deputado estadual Paulo Côrrea que aproveitou a ocasião para informar aos acadêmicos que a Assembléia está à disposição dos alunos para auxiliar na busca de soluções para a problemática enfrentada. “Vamos descobrir os principais motivos para a instituição estar nesta situação de verdadeiro caos”, explicou o deputado.<P>Segundo o acadêmico Rafael de Carvalho, atualmente o curso em Dourados não possui bloco e salas de aulas próprias, equipamentos, laboratório para o estudo, um número necessário de livros, a ampliação do quadro de professores efetivos e a criação do hospital escola para o estágio dos alunos. “Não queremos o impossível. Estamos solicitando apenas que a reitoria nos ofereça o necessário, ou seja, medidas para que o curso melhore para não fechar ou para que não tenhamos uma formação incompleta”, disse o aluno.<P>Os 96 estudantes de Dourados, que chegaram à capital em dois ônibus, estavam vestidos de preto e deixaram explícito que não queriam a transferência de alunos do interior para Campo Grande, uma das soluções indicadas pela reitoria da UFMS. <P>O reitor da UFMS, Manoel Catarino Paes Peró, afirmou que não é o responsável pela situação atual do curso. “Esse curso foi criado há cinco anos. Minha gestão começou há três anos e meio. Não sou e nem quero ser responsável por esse problema”, defendeu-se Peró enquanto era aplaudido pelos estudantes que o aplaudiam de costas. <P>O deputado Paulo Côrrea encerrou a discussão solicitando a formação de uma Comissão para buscar solução ao problema. Fazem parte da Comissão os deputados estaduais Paulo Correa, Pedro Teruel, Pedro Kemp, Zé Teixeira, Doutor Loester, Ary Artuzi, Nelsinho Trad e Waldir Neves e os alunos Rosemary Matos, Rafael de Carvalho, Mario Rocha Cardoso, Rodrigo Tavares, Fabio Ovídio e Fabio Coelho, além do reitor Manoel Peró, a OAB/MS e o Conselho Regional de Medicina de Dourados. Ainda farão parte da Comissão vereadores de Dourados. <P>A Comissão tem o objetivo de garantir o funcionamento 5º e 6º anos do curso de medicina de Dourados, impedir a relocação dos alunos para outras entidades de ensino, terminar a construção do bloco para o curso de Medicina, organizar um movimento pela universidade pública, gratuita e de qualidade que impeça a abertura de novos cursos sem que haja um projeto viável para a qualidade de ensino e providencie a implantação da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O primeiro trabalho da Comissão será agendar uma audiência com o Ministro da Educação, Tarso Genro.
