Teruel quer aprofundar discussão sobre destino do lixo na Capital

22/04/2004 - 15:43 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<P>O deputado estadual Pedro Teruel - PT, presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos, provocou uma discussão na Assembléia Legislativa sobre a questão do lixo em Campo Grande. Teruel criou há dez anos, durante mandato de vereador, uma lei municipal que regulamentava ações para o tratamento e destino do lixo produzido na capital. "O mais triste de tudo isso é saber que já se passaram três mandatos e nada foi feito", proferiu o deputado.
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O parlamentar informou que vai debater sobre a problemática do lixo durante a Conferência Regional de Direitos Humanos - Região Campo Grande, que será realizada no dia 30 de abril, sexta-feira, e reunirá subsídios para a Conferência Estadual de Direitos Humanos que, por sua vez vai elaborar propostas para IX Conferência Nacional de Direitos Humanos.
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"Não é possível que existam pessoas trabalhando em condições de trabalho que expõe a doenças, além de muitas pessoas já terem morrido no Lixão. Isso é um desrespeito contra os direitos humanos e contra a cidadania. Nós vamos reivindicar que o prefeito André Puccinelli ou o próximo prefeito coloque esse assunto na lista de prioridades da capital", afirmou Teruel.

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Para o deputado a criação de uma usina do lixo, proposta pelo atual prefeito da capital, é um processo equivocado. "Existem estudos que provam que queimar lixo é uma das medidas mais nocivas ao meio ambiente, além de provocar doenças respiratórias e poder ainda causar câncer", disse Teruel.
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Solução: O deputado apontou como um dos principais exemplos para a sociedade na questão de coleta e destino do lixo a Coopervida, uma cooperativa do lixo que atua na capital criada a partir da iniciativa de coletores com ajuda do Governo Popular. A entidade pratica a coleta seletiva e vende os materiais reciclados. "Faz um ano que a Coopervida já não depende mais de recursos do Governo, pagando aluguel do espaço utilizado, energia elétrica, água e combustível do caminhão, provando que o lixo é uma fonte de renda. São 27 famílias que, além de um emprego, têm salário. Infelizmente o caminhão deles teve um problema com o Detran, tornando a situação mais difícil. Mas, por que cooperativas semelhantes não são criadas com o apoio da Prefeitura?", questionou Pedro Teruel.
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Uma usina de lixo em Campo Grande seria responsável por incinerar boa parte do lixo que poderia ser reciclado e reutilizado. O deputado acredita que para se criar propostas para o destino do lixo, a Prefeitura deve o pesquisar sobre experiências de outras cidades do Brasil. "Podemos também insistir em campanhas educativas. Fazendo com que o cidadão, por exemplo, coloque duas sacolas de lixo para fora de casa. Uma com lixo molhado [orgânico] e outro com o lixo seco para que os coletores selecionem material para reciclagem, fazendo com que a renda de muitas famílias seja queimada causando enormes prejuízos ambientais", propôs Teruel. "Dessa forma nós vamos permitir que até mesmo os bairros criem suas entidades para trabalhar com reciclagem, não escondendo o lixo numa área localizada a 30 quilômetros da cidade", finalizou.
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