<P> Uma solução para a crise no Hospital Universitário de Campo Grande foi apresentada pela Secretária Municipal de Saúde, Beatriz Dobashi, na audiência pública realizada hoje à tarde na Assembléia para debater o assunto. Na avaliação da Secretária, o déficit mensal de 400 mil reais do HU pode ser suprimido transformando a gestão atual do hospital numa cogestão da qual participariam o município, o estado e a união. Mas Beatriz Dobashi fez um alerta sobre a necessidade da direção da instituição reabrir os serviços do pronto socorro para que o município tenha condições legais de encaminhar o novo contrato financeiro de cogestão ao Ministério da Saúde.</P><P> O Diretor Clinico do HU, Clodoaldo Conrado, reclamou dos baixos valores pagos pelo SUS para os procedimentos médico-hospitalares. Disse que desde 1992 o Sistema Único de Saúde não atualiza a tabela de valores, enfatizando que nestes doze anos “houve um aumento de material , medicamentos , plantões hospitalares, sem contar que os aparelhos da instituição estão sem manutenção”. Na questão do reajuste da tabela do SUS, implantado em 5.561 municípios do país , Beatriz Dobashi foi taxativa : “ Não vejo perspectivas de aumento, a Rede do Sistema Único de Saúde jamais será satisfatória, no entanto existem procedimentos que dão mais lucros e outros que não”.</P><P> Para o acadêmico de medicina da Universidade Federal do estado, Éder Gatti, “os problemas no Hospital Universitário atrapalham nossa formação acadêmica e comprometem o atendimento à população”. Ele espera que na reunião promovida pela Comissão de Saúde do legislativo “o município, o estado e a administração do HU encontrem uma saída para a crise”. </P><P> O Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Alexandre Gavronski, aproveitou a audiência para tecer duras críticas à lei Estadual 2261 – Lei do Rateio – que considera inconstitucional e acredita que deveria ser revogada. “Esta lei retira 24% dos recursos da saúde, se fosse revogada garantiria um bom aporte de verbas para o setor”, explicou o Procurador.</P><P> Os números das perdas no orçamento da saúde com a Lei do Rateio foram apresentados pelo Presidente da Comissão de Saúde, Nelsinho Trad (PMDB): “No período de 2002 a 2004 subtraíram aproximadamente 200 milhões de reais do setor”, afirmou o deputado. Nelsinho disse ainda que chegou a apresentar um projeto de lei para revogar a norma do rateio “mas, como somos minoria diante da forte base de apoio ao governo, a matéria acabou arquivada pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia”.</P><P> O Superintendente da Secretaria Estadual de Saúde, Nilo Sérgio Leme, defendeu a posição do governo na reunião. Esclareceu que “o estado não está ausente nos problemas do Hospital Universitário, e, nos últimos três anos, repassou 600 mil reais à instituição, além de ter gasto um milhão de reais em equipamentos”. </P>