Eleição na Câmara desmoraliza classe política, diz Semy

15/02/2005 - 20:05 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

“O resultado da eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados representa uma desmoralização da classe política brasileira, incluindo todos os partidos, indistintamente”, avalia o deputado estadual Semy Ferraz (PT), ao comentar a vitória do deputado Severino Cavalcanti (PP/CE) para a presidência daquela Casa, na madrugada deste 15 de fevereiro. O petista entende que a classe política sai envergonhada do processo, pois o corporativismo e o interesse pessoal foram vitoriosos, em detrimento do interesse maior do país, referindo-se ao fato de a principal bandeira do novo presidente ser elevar salários e melhorar as condições de atuação dos colegas.<BR><BR> “Sem desmerecer a pessoa de Severino Cavalcanti e sem supervalorizar os concorrentes, o que vimos foi um episódio deprimente, que mostrou o quanto é urgente a necessidade da reforma política”, diz Semy. Ele justifica que não se refere apenas ao resultado da eleição, mas à postura do “baixo clero” da Câmara, composto por deputados “mais interessados em causas pessoais e no fisiologismo do que nos projetos de ampla relevância para o país”. Ainda conforme Semy, este é o momento de o parlamento, o governo e sociedade reverem questões como o voto secreto no legislativo e as emendas individuais ao orçamento, numa ótica ampla de reforma política.<BR><BR>O parlamentar destacou ainda que o PT, por ser o partido que detém o Governo Federal e a maior bancada na Câmara, tem a responsabilidade de interferir mais na prática política, chamando a atenção da população para combater o fisiologismo. “Outra necessidade urgente é o PT discutir qual o tipo de governabilidade o Governo Lula quer e precisa. Será que, para aprovar qualquer projeto do governo Lula, os deputados têm sempre que ganhar algo em troca? Será que é correto continuar com as emendas individuais, fazendo do orçamento uma peça de manobra? Não seria o momento de acabar com o toma lá da cá presente na relação Planalto e Congresso?”, questiona.
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