Reunião aponta soluções para o destino do lixo no MS

16/02/2005 - 22:01 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

Terminou há pouco na Assembléia Legislativa uma reunião para discutir as perspectivas para a destinação de resíduos sólidos no Mato Grosso do Sul. O encontro promovido pelo deputado Pedro Teruel contou com a presença de representantes de diversas entidades e órgãos do governo. <P>O secretário municipal de meio-ambiente, Frederico Freitas Júnior, informou que a prefeitura de Campo Grande deve desativar o lixão até o final do ano. "Nos próximos 60 dias técnicos da secretarias e empresas especializadas criarão um projeto de aterro sanitário provisório, que funcionará por três anos. Após a desativação do atual lixão o objetivo da Secretaria Municipal é transformar a área em aterro sanitário", afirmou Freitas Júnior. <P>O gerente executivo do Ibama, Nereu Fontes, fez um histórico da questão do destino do lixo na capital. "Até o final da década de oitenta o lixo de campo grande era despejado no bairro Itamaracá. A partir de uma intervenção do Ministério Público, a área do atual lixão começou a ser utilizada. Desde o início era para criarmos um aterro, mas por motivos financeiros criamos um depósito de lixo", lembra Fontes. <P>Representando o secretário estadual de Meio Ambiente, José Elias Moreira, o assessor de planejamento da SEMA, Aldayr Heberle, explicou que o Governo Popular prepara um estudo dos 78 municípios do Mato Grosso do Sul. "Fizemos um diagnóstico da situação em todas as cidades para detectar qual a quantidade e o tipo de lixo produzido na região. Isso permitirá ao governo preparar projetos para esses municípios. Entre as prioridades estão implantar secretarias de meio-ambiente em todos os municípios, realizar cursos de capacitação de técnicos para que cuidem do lixo e criar lixões-comuns, locais para o destino final de resíduos sólidos de municípios próximos", explicou Heberle. <P>A doutora em Química e professora do curso de Engenharia Ambiental da universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Sônia Hess destacou que a idéia sobre o lixo que a sociedade tem não é atual. "Falta a consciência de que o lixo não é lixo. Lixo é matéria prima no lugar errado. E é essencial que nos preocupemos com o lixo logo na produção industrial de qualquer produto que consumimos, mas fica para o Poder público resolver o problema", explica. Uma das sugestões da professora é criar pólos-industriais de reciclagem na capital, principalmente por ser rota para outras cidades onde o material reciclável acaba sendo reaproveitado. "A indústria de reciclagem do lixo é independente. Funciona sem o Poder Público. Tecnicamente, solução existe, falta o apoio econômico", diz Hess. <P>O professor Plínio de Sá Moreira lembrou que as prefeituras ignoram a legislação e não estudam os locais antes de instalar os depósitos de lixo. "Tudo aquilo que começa no local errado vai estar sempre errado. O local é o início de tudo", destacou. <P>Entre os encaminhamentos da reunião estão: continuar a discussão envolvendo o Legislativo e o Executivo, nas esferas municipais, estadual e da União; reabrir com a sociedade civil o debate sobre a utilização de incineradores em todo o Estado; consultar o governo sobre a possibilidade de criação de incentivos e programas para indústrias de reciclagem e debater política de destinação de resíduos perigosos como baterias, remédios e produtos químicos. </P>
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