“Resgatar Corumbá do esquecimento secular a que foi relegada”, “criar um vetor de desenvolvimento para esta região do Brasil”, “construir uma nova lenda: a geração de empregos em Mato Grosso do Sul a partir da siderurgia com o minério de Corumbá”. Estas foram algumas demonstrações de entusiasmo proferidas na manhã deste 22 de fevereiro em relação ao Pólo Mínero-Siderúrgico que será implantado na cidade conhecida como capital do Pantanal. Ditas respectivamente pelo prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha, pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e pelo governador Zeca do PT, as expressões deram o tom da expectativa sobre o investimento de US$ 2 bilhões, que deverá gerar 9 mil empregos diretos, entre construção e operação.<BR><BR>Para tanto, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, onde participou da assinatura, entre o Ministério de Minas e Energia, o Governo do Estado e a empresa Rio Tinto Brasil, de um memorando de entendimento para o início do investimento. No que depender das intenções, os estudos técnicos e econômicos para a instalação serão concluídos pela empresa até o final de 2005, sendo que a localização do empreendimento será definida até 90 dias após a assinatura, e a entrada em operação está prevista para 2008. E justamente o tempo foi um dos pontos destacados pelo governador: “Um projeto com cronograma, com data para começar e prazo para terminar”.<BR><BR>Se o resgate sócio-econômico de Corumbá e o entusiasmo com a perspectiva de desenvolvimento regional foram o cerne dos discursos, o presidente Lula reforçou um terceiro conceito: integração latino-americana, ou mais precisamente, a prática de uma política generosa e solidária com os países da América do Sul, sobretudo do Mercosul. Ele definiu como prioritária e fundamental, para o projeto de autonomia político-econômica do Brasil em relação aos países ricos, um intenso processo de ligação e estreitamento das relações com os países vizinhos, considerando o pólo mínero-siderúrgico um passo sem precedentes para o propósito. “Não queremos ser um país rico com nossos vizinhos na miséria, pois não teremos consumidores”, explicou.<BR><BR>Após os discursos, o deputado estadual Semy Ferraz (PT) avaliou as afirmações, considerando que o empreendimento vai concretizar antigos objetivos do início do governo Zeca, como o de agregar valor aos produtos de Mato Grosso do Sul e não mandá-los in natura para outros estados e países. Lembrando o empenho pessoal do governador em viabilizar o investimento, o deputado destacou também a futura instalação do pólo gás-químico como coroação de um processo de inserção acelerada do Estado no desenvolvimento sustentável. “São investimentos como esses que vão mudando o perfil de nosso Estado, viabilizando a industrialização e a diversificação das atividades econômicas”, completou.
