Coordenador da Funasa confirma alto índice de desnutrição no Mato Grosso do Sul

O coordenador da Fundação Nacional de Saúde - Funasa/MS, Gaspar Hickmann, reconheceu que os índices de desnutrição indígena no estado são altos. Segundo dados apresentados durante depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito que apura as causas da desnutrição indígena, especialmente na região de Dourados, o coordenador explicou que 991 casos de desnutrição foram registrados em crianças indígenas no ano passado em todo o Mato Grosso do Sul.
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Apesar do maior número de crianças estarem concentradas na categoria Peso Normal, cerca de 5.870, foram registrados 1.225 casos de crianças em risco nutricional. Ainda foram contabilizados no ano passado 145 casos de indígenas com sobrepeso.

<p> No depoimento, Hickmann atribuiu o problema das mortes e a desnutrição indígena a diversos fatores. "São problemas ligados à falta de assistência hospitalar, choque cultural, conflitos de terra e superpopulação em algumas aldeias", apontou o coordenador.

<p>O orçamento da Funasa, de R$ 12,5 milhões por ano, também foi discutido. Os deputados solicitaram documentos e relatórios sobre os recursos recebidos provenientes dos governos federal e estadual, além de relatório sobre atendimento e número de mortes por desnutrição.

<p>Durante todo o depoimento, Gaspar Hickmann destacou que a função da Funasa não é distribuir a alimentação: "A Funasa não será o órgão que irá acabar com a fome nas aldeias. Nós vamos atuar na área da saúde e combater a desnutrição". O coordenador ressaltou ainda que o Mato Grosso do Sul é o único estado no Brasil que implantou um sistema de vigilância nutricional, desde 2002.
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Participam da reunião da CPI da Desnutrição os deputados Maurício Picarelli, Bela Barros, Pedro Kemp, Dr. Loester, Luizinho Tenório, Pedro Teruel e Zé Teixeira. Neste momento começa o depoimento de Benjamin Benedito Bernardes, secretário executivo do Hospital Indígena da Missão Caiuá, onde se localiza o Centrinho, que atende crianças internadas com quadro de desnutrição.