Problema da cadeia da carne é amplo e complexo

11/04/2005 - 15:02 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Excesso de oferta de 300 mil toneladas de carne por ano no mercado, informalidade tributária de 90% no setor, veto nos principais mercados internacionais e controle do mercado de insumos pelas empresas transnacionais. Esses foram os principais problemas do mercado de gado de corte apontados na audiência pública "Cadeia Produtiva da Carne", realizada esta manhã na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul.</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Proposta pelos deputados Paulo Corrêa (PL) e Waldir Neves (PSDB), respecticvamente presidentes das comissões de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente, a audiência teve a presença dos dirigentes da Famasul, Leôncio Brito, da Acrissul, Laucídio Coelho Neto, do Sindicato Rural de Campo Grande, Rodolfo Vaz Carvalho, dos professores da UFMS, Ido Michels, e da Universidade de Brasília, Argemiro Procópio, e dos frigoríficos Bertin, Fernando Bertin, Independência, Miguel Graziano Russo Neto, e Friboi, José Batista Júnior.</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Para Michels, pesquisador da cadeia produtiva da carne em Mato Grosso do Sul, é prematuro falar em cartelização dos preços pelos frigoríficos. "Precisamos entender a engrenagem do mercado hoje, que está internacionalizado", explicou. Ele disse que uma discussão sobre quem está ganhando com a alta no varejo e o baixo valor pago ao produtor deve envolver todos os elos da cadeia produtiva, incluindo o mercado de insumos (dominado por poucas indústrias transnacionais) e de distribuição (também dominado por poucas empresas). Isso será possível com a realização de uma nova audiência pública, no Senado Federal, em que os grupos multinacionais serão convocados.</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Hoje, segundo pesquisa de Michels, do valor pago pelo boi gordo, a distribuição fica assim: 32% para o setor de insumos; 30% para o produtor; 15% para os frigoríficos; e 22% para distribuidores. Novo trabalho está sendo realizado para atualizar esses índices. </FONT></P><P><FONT size=2><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif"><STRONG>INDÚSTRIA</STRONG> - Três representantes da indústria da carne compareceram à audiência pública. O presidente do Friboi, José Antônio Batista Júnior, afirmou que o preço da arroba continua em R$ 52 graças à ampliação do mercado externo. E o setor trabalha para ampliar ainda mais, principalmente, visando o Nafta (bloco formado pelos Estados Unidos, Canadá e México), Japão e Coréia do Sul. Nos próximos dias, o setor integrará uma delegação do Governo Federal para o Japão.</FONT></FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Batista Jr. disse ainda que a meta é ampliar o consumo per capita interno de carne em 30%, dos atuais 36 quilos por pessoa para 42 quilos. Outro problema é a alta taxa de informalidade no setor, já que 90% das empresas não pagam impostos, apesar da maioria absoluta estar de acordo com as regras sanítárias.</FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Outro ponto destacado pelo empresário é o excesso de oferta de carne no mercado brasileiro. São 300 mil toneladas acima do consumo interno. Essa quantia supera o consumo da Argentina. Além disso, a expectativa é de o número de bovinos abatidos cresça 25% este ano, de 34 milhões no ano passado para 42 milhões este ano. </FONT></P><P><FONT size=2><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif"><STRONG>CAMPANHA</STRONG> - O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Leôncio Brito, quer lançar uma campanha para aumentar o consumo de carne no mercado local. Ele disse que os supermercados poderão reduzir o preço da carne em R$ 0,50 por uma semana, para incentivar o consumo.. </FONT></FONT></P><P><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif" size=2>Durante a apresentação, Brito destacou o esforço dos produtores para obter a certificação de área livre de febre aftosa. "Houve aumento da exportação (que deve crescer 30% este ano), mas não distribuição dos ganhos", lamentou Brito. Ele disse que o custo da produção teve aumento de 16% no ano passado, somente o gasto com insumos cresceu 20,46%. Mas o preço da carne do boi teve variação de apenas 2,74%.</FONT></P><P><FONT size=2><FONT face="Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif"><STRONG>PRÓXIMO</STRONG> - O deputado Paulo Corrêa informou que o senador Delcído do Amaral (PT) realizará uma audiência no Senado para discutir o problema da cadeia produtiva da carne. O objetivo é usar o poder do Congresso Nacional para convocar os grandes produtores de insumo, que não compareceram para discutir o assunto na Assembléia. Dessa forma, segundo Michels, será possível descobrir, com clareza, como estão sendo distribuídos os ganhos.</FONT></FONT></P><P> </P>
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