A denúcia de crimes, irregularidades e corrupação marcou CPI da Desnutrição

18/08/2005 - 22:31 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p align="justify"><br/><font face="Verdana" size="2">O presidente da Associação dos Capitães Indígenas de Mato Grosso do Sul - Guarani kaiowá, Dilson Duarte Riquelme fez graves e sérias denúncias à CPI da Desnutrição e Mortalidade Infantil Indígena de Mato Grosso do Sul, de crimes,irregularidades e de "atos indecentes" (corrupção), que vem ocorrendo há quatro anos, nas aldeias, desde que assumiu a  Administração Regional da Funai em Amambai-MS, Willian Rodrigues.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Em sete ítens ele informa os diferentes tipos de abuso, que vai desde o abuso de poder até o desvio do salário maternidade, que por quatro meses as mães indígenas tem direito de receber, além de favorecer o tráfico de drogas, armas e munições, bebidas alcóolicas, muitas vezes nos próprios carros oficiais e com funcionários de sua confiança.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Segundo Dilson Duarte Riquelmi, "na comunidade não tem costume de fazer eleição. A gente vai pela pessoa em que tem confiança e liderança. O administrador entrou, pois alguém da confiança dele e que não é conhecido da comunidade. Nosso país é democráticco, vai pelo maior número que manda. Nunca foi bom ditadura, autoritarismo". Outra denúncia grave feita pelo líder indígena foi com relação a falta de certidão de nascimento oferecido pela Funai, que estaria prejudicando a frequência de crianças em escolas por não poderem efetuar matrícula. "Até criança já morreu porque não tinha o papel para internar no hospital".</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">No documento apresentado a CPI e assinado por todos caciques/capitão guarani-kaiowá, os índios denúnciam "o abuso de poder da administrador da Funai, que utiliza a força policial a seus interesses particulares e para proteger o seu próprio grupo que atua a seu interesse". Tão ou mais grave é, "a utilização das verbas destinadas para a comunidade para pagar advogado particular para tirar alguns membros do grupo que geralmente é flagrado e preso pelas autoridades sem porte legal de armas,ou dirigindo carros oficiais embriagados, pelos transportes de munições e bebidas alcóolicas".</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Com relação ao salário maternidade desviados das mães indígenas,o líder Dilson Duarte disse que as "lideranças começaram a me procurar para ver se era normal o que estava acontecendo. Fomos a todos chefes de Posto e disseram que o dinheiro não estava vindo, mas na conta estava descontado". Ilustrou o fato contando uma ocorrência dessa semana na aldeia Sossoró, município de Itacurú-MS, com Joana Rossati:<br/> <br/>-"Ela recebeu documentação na Funai na sexta-feira, para retirar o benefício. Na segunda quando foi sacar o dinheiro, ele já tinha sido sacado". Foram, então, ao Posto do INSS que constatou o saque e anotou no próprio processo a convocação do responsável pela Funai para explicar.Disse, também, que esses fatos estã acontecendo em todas as aldeias guarani kaiowá.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">As denúncias serão encaminhadas pela CPI, ao Ministério de Justiça, à Secretaria de Direitos Humanos e á Presidência da Funai. Depois de Dilson Duarte Riquelme foram ouvidos, ainda, Arsênio Vasquez, chefe do Posto da Funai na aldeia Amambai e William Rodrigues, administrador regional da Funai em Amambai.<br/></font></p>
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