Explicações dos representantes do Banco do Brasil não convencem e CPI ainda pode ser instaurada

27/09/2005 - 19:36 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">O deputado estadual Humberto Teixeira (PDT) e mais 12 parlamentares estiveram reunidos na manhã desta terça-feira (27) com representantes do Banco do Brasil que prestaram esclarecimentos sobre o caso da cedência de crédito de R$ 180,7 milhões da usina de álcool Novagro, localizada em Nova Alvorada do Sul, por um valor de R$ 4,8 milhões. Para o deputado, apesar do encontro ainda são muitas as dúvidas que pairam sobre o caso. </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Em maio, o deputado apresentou um Projeto de Resolução para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e apurar o modo como foi feita a transação pelo Banco do Brasil com o empresário italiano Fiorenzo Sartor efetivada no dia 8 de abril deste ano.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">“Conversamos com quatro representantes do Banco do Brasil que tentaram explicar que a negociação foi legal e que esta era a melhor opção para a instituição que se não recebesse os R$ 4,8 milhões ficaria num prejuízo ainda maior. Entretanto, para os deputados, a dúvida está no motivo que levou o empresário a investir tanto dinheiro em uma massa falida”, comentou Humberto Teixeira ao término da reunião.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Além de ter pago os R$ 4,8 milhões para o banco, Fiorenzo Sartor saldou dívidas trabalhistas e fiscais somando quase R$ 18 milhões. “Como alguém poderia investir tanto em algo que segundo o próprio banco não valia mais nada”, questionou o parlamentar. </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Conforme Humberto Teixeira, a maioria dos deputados que participaram do encontro saíram insatisfeitos com as explicações. “Estamos abertos para ouvir o que eles têm a dizer sobre o caso. Não há interesse político nisso, mas existe a cobrança da imprensa, que representa o interesse da sociedade e quer entender o que levou o banco a fechar este acordo. Temos o compromisso de dar satisfação à população. É esse o nosso papel”, declarou o parlamentar.<br/>Os deputados ainda se reunirão com os demais que não participaram do encontro para definir se a CPI será instaurada. “Queremos esgotar todos os procedimentos para não abrirmos uma comissão parlamentar para ser apenas mais uma. Precisamos ter razões reais de que a CPI é a melhor maneira de conseguirmos os esclarecimentos que queremos”, concluiu.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">O Projeto de Resolução de Humberto Teixeira recebeu 15 assinaturas e já teve parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação. A proposta só precisa ser votada no plenário para que a CPI possa iniciar seus trabalhos.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2"><strong>Outras irregularidades</strong></font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Desde que entrou com a proposta, o deputado Humberto Teixeira vem recebendo documentações apontando que o Banco do Brasil costuma fechar acordos semelhantes ao que foi feito com o italiano.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">De acordo com o parlamentar, devedores que segundo a instituição não dispunham mais de condições para saldar seus débitos chegavam a entregar propriedades como parte das dívidas, todavia, a documentação apresentada era de origem duvidosa e muitas vezes nem ao menos se comprovava a existência destas áreas.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Entre a documentação recebida pelo parlamentar está a Escritura Pública de Transação, Confissão de Dívidas, Dação em Pagamento e Outras Avenças envolvendo o Banco do Brasil e as empresas Zamboni – Importação e Exportação Ltda, Indústria de Produtos Alimentícios Licínia Ltda e a Topgrão – Importação e Exportação Ltda somando um valor aproximado de US$ 7,5 milhões, ou melhor, cerca de R$ 20 milhões. Este montante foi quitado por R$ 3,6 milhões através da entrega de imóveis, alguns já vendidos pelo Banco do Brasil por valores inferiores ao que haviam sido acertados.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">O perdão de dívida dado pelo banco também aparece no caso da Hélio Corrêa Construções e Terraplanagem Ltda, que tinha uma conta apresentada pelo Banco do Brasil no valor de R$ 3.377.915,08 e chegou a entregar três fazendas localizadas no município de Anastácio que, conforme os laudos de avaliação somavam juntas R$ 1.643.221,07. A firma conseguiu um abatimento negocial de R$ 2.477.915,08, isto é, passou a dever R$ 900.000,00. O banco penhorou os imóveis hipotecados, mas, com o acordo, desistiu da garantia liberando os imóveis para o devedor.</font><br/></p>
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