Usinas de álcool poluem e ameaçam o Pantanal, diz professora

09/11/2005 - 14:35 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Professora da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), Silvia Gervásio, afirmou, durante palestra na audiência pública sobre o Projeto de Lei 170/05, que as usinas de álcool são poluentes e ameaçam o Pantanal, apesar de serem implantadas no Planalto, parte alta da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Como exemplo, ela citou que o vinhoto é 300 vezes mais poluente do que o esgoto.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Para não ficar apenas na crítica ao projeto, que prevê a instalação de usinas de açúcar e álcool na BAP, Silvia Gervásio apresentou alternativas para desenvolver a região Norte, que poderão gerar mais empregos e oferecer melhores condições de vida aos moradores. Ela citou a piscicultura, fruticultura, turismo e indústria cerâmica.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Integrante da equipe que implantou o Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda, um dos principais pontos turísticos do Estado, Silvia Gervásio disse que os empregos gerados pelo turismo são muito melhores. Destacou ainda que o turismo poderá melhorar as condições de vida das comunidades, resultado do investimento em infra-estrutura, como construção de estradas.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana"><font size="2"><strong>AMBIENTAIS</strong> - Silvia explicou que a instalação das usinas no Planalto, conforme o projeto apresentado pela Secretaria Estadual de Produção e Turismo, ameaça o Pantanal. Isso porque todos os rios ou correm do planalto em direção à planície ou nascem na região. Ela citou o Rio Taquari como exemplo de que os efeitos na parte alta atingem a planície pantaneira. </font></font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Sobre o vinhoto, a professora contou que o produto tem alta demanda bioquímica de oxigênio e mata os peixes por asfixia. Para cada litro de álcool, são produzidos 15 litros de vinhoto. Os efeitos do vinhoto são 300 vezes piores do que o esgoto, segundo a professora.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Outro ponto exposto é de que os acidentes ambientais acontecem. Como exemplo, foi citado os casos famosos envolvendo a Petrobras, o cézio 137 em Goiânia, os nucleares, entre outros. Outro ponto é que as usinas ameaçam o Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. "A área proposta é recarga do aquífero", afirmou Silvia Gervásio. </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Num ponto, a professora concorda com o secretário estadual de Produção, Dagoberto Nogueira, a de que a cana-de-açúcar é mais eficiente que a soja para conter a erosão.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana"><font size="2"><strong>SOCIAL</strong> - A professora expôs os impactos sociais das usinas. Geralmente, as lavouras de cana-de-açúcar são monoculturas e produzidas em grandes fazendas. A maior parte dos empregos gerados são de baixos salários e atraem muitos trabalhadores de outros Estados, que possuem mais experiência na atividade. "Como vai aumentar a arrecadação de impostos, se haverá isenção de 90%?", indagou a professora.</font></font></p><p> </p>
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