O trabalho doméstico ainda não tem valor segundo representantes da categoria

18/05/2006 - 16:11 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">"O trabalho doméstico ainda é escravidão nesse País", lamenta a Coordenadora de Políticas Públicas para a Mulher, Sandra Alti. A afirmação foi feita na Audiência Pública que acontece hoje, dia 18, na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, e discute a valorização dos empregados domésticos.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Para a coordenadora, "mesmo com a conquista de tantos direitos, essa atividade ainda continua escondida". O debate, de acordo com Sandra, é necessário para que alguns valores sejam retirados da sociedade. "Chega de hipocrisia, a sociedade tem que falar, de fato, o que aperta o seu calo. Há que se fazer algo pelas pessoas que carregam nas costas este País, que são as mulheres, principalmente as empregadas domésticas", pediu. </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Na opinião da Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher no Estado, Maria Rosana, "o momento é de redividirmos as obrigações, os zelos, os privilégios e direitos". Segundo ela, "é preciso descontruir a idéia de que a pessoa que trabalha com o esforço físico não tem capacidade para pensar". A representante da Secretaria das Mulheres Trabalhadoras/CUT, Cleuza Pedrosa, diz que a sociedade não reconhece o trabalho doméstico. "É uma atividade digna que deve ter visibilidade e direitos como outro qualquer", declarou.</font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Paulo Paczek, Presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos de MS, admite que uma das dificuldades é a fiscalização do trabalho doméstico, por não ser possível adentrar nas residências. Paulo relatou que já ocorreu de patrões processa-lo por ir até suas casas para averiguar reclamações de empregados. "As leis existem mas não estão sendo cumpridas pelos empregadores", queixou-se.<br/>  <br/>Desde menina até os 56 anos de idade, Aurora Faria de Souza trabalhou como doméstica. Hoje, aos 68 anos e aposentada, ela acompanha a Audiência Pública na esperança de ter seu antigo emprego valorizado: "Tive muitas dificuldades, criei todos meus filhos com o pouco que ganhava e ainda tinha que pagar aluguel. Mas tenho fé de que essa realidade ainda irá mudar".</font> </p>
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