Pescadores e representantes do turismo não entram em consenso em reunião na Assembléia

24/05/2006 - 16:15 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Divergências de opiniões marcaram a reunião entre a Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Pescadores Profissionais e Amadores, e representantes do Turismo no Estado. O debate aconteceu nesta manhã na Assembléia Legislativa e discutiu o Projeto de Lei que normaliza a atividade pesqueira que se encontra em discussão na Comissão. Estiveram presentes os deputados Pedro Teruel (PT) o autor do projeto, Akira Otsubo (PMDB) e o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Waldir Neves (PSDB).  </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Na reunião foram apresentadas as novas emendas da proposta como o limite de cota de 400Kg/mês para os pescadores profissionais e a autorização de apetrechos antes proibidos, na quantidade de 10 anzóis de galhos, 10 bóias e 20 joão-bobos por pescador. Segundo o deputado Akira, "o conflito deve-se à liberação dos apetrechos". Ele explicou que até o ano de 2005 tais utensílios eram usados normalmente. "O que nós queremos é restabelecer o que antes não era proibido", assegurou o parlamentar. </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">O vereador e representante do comércio e turismo em Porto Murtinho, Félix Alves, alega que a proposta prejudica o setor turístico. "As empresas de turismo da região estão paradas devido à falta de peixes. Estou de acordo com a questão de que os pescadores profissionais não são predadores, mas as empresas têm que sobreviver", oposicionou Félix. Na opinião do vereador, "a lei terá vida curta para os pescadores". </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">O deputado Akira Otsubo disse que equivocos estão deturpando o projeto. "O que a liberação de anzóis de galhos tem a ver com o turismo de Porto Murtinho acabar? Não há nada nesse projeto que prejudique o turismo", defendeu. De acordo com o deputado, são 5.000 profissionais que dependem da atividade pesqueira. "Por que vamos dar restrição somente a essa categoria?", questionou. </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">Para a empresária e 2º secretária da Associação Brasileira de Agências de Viagens, ABAV/MS, Cristina Moreira da Rocha Bastos, o turismo não está contra os pescadores. "Estamos no mesmo barco. Estamos passando pela mesma dificuldades dos pescadores profissionais". Cristina que é proprietária da Peixaria Pioneiro em Miranda, conta que abastece aproximadamente 60% dos restaurantes do Estado. "Não há mais peixes. Os barcos estão parados e várias pessoas ficaram desempregadas", disse.  E continuou: "Os pescadores querem o peixe para sobreviver e nós o queremos para o turista. O nosso caminho é para o fechamento da pesca profissional". </font></p><p align="justify"><font face="Verdana" size="2">O presidente da colônia de pescadores de Coxim, Armindo Batista dos Santos Filho, lembra que anteriormente nem havia restrição de números de apetrechos para uso. Ele, que já chegou a ultilizar 100 anzóis de galhos em pescaria, defende a lei do deputado Akira. "Essa lei não é predadora e vem limitar o que antes era usado incondicionalmente". Para Armindo, a discussão deveria ser separada. "O que é bom para eles, não é bom para nós. Nós nunca vamos chegar a uma solução colocando o debate entre a categoria profissional e amadora", apontou. Ele aconselhou que seja tomado caminhos que não deixe o pescador desamparado. "Eu não tenho condições de dar uma faculdade para meu filho. Ele será pescador assim como eu, a não ser que o Governo ofereça meios para que ele se vá buscar outra profissão", finalizou. <br/></font></p>
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