<div style="text-align: justify; font-family: verdana;"><font size="2"> Dois mil exemplares, formato tablóide, colorido e oito páginas – assim é a edição inaugural do “Voz Terena”, primeiro jornal bilingue produzido em Mato Grosso do Sul. A publicação, escrita nas línguas portuguesa e terena, nasceu de um projeto concebido pelos cursos de Jornalismo e Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal, com apoio dos Correios. O deputado estadual Roberto Orro (PDT) considerou a iniciativa um verdadeiro marco de cidadania e de afirmação da resistência indígena. “Só o fato de ter reproduzido num jornal a língua nativa dos terena dá a Mato Grosso do Sul uma condição histórica para fortalecer o processo de resistência cultural e social dos índios”, afirmou Orro. <br/><br/>Para ele, projetos dessa natureza ajudam a diminuir os efeitos da desfiguração cultural e dos sofrimentos que a ocupação branca provocou. “A sociedade dita civilizada tem uma dívida imensa, eu diria impagável, com as nações indígenas. Por isso, vejo essa iniciativa do jornal como mais um ponto de apoio para preservar a cultura indígena e, dessa forma, tornar possível a sobrevivência da etnia e de suas organizações ancestrais”, frisou. <br/><br/>Orro também enfatizou ser digno de elogios e reconhecimento da sociedade o trabalho e o apoio da Universidade Federal e dos Correios. A primeira edição do jornal “Voz Terena” foi produzida por índios da aldeia Buriti, localizada entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, sob a coordenação dos professores José Márcio Licerre e Mauro César Silveira. A agência regional dos Correios doou computadores e móveis para o projeto.</font> </div>
