Terrorismo usa métodos do crime organizado, diz consultor

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16/10/2008 - 15:54 Por: Edivaldo Bitencourt    Foto: Roberto Higa

Terroristas recorrem às táticas e aos métodos do crime organizado para financiar suas operações no mundo, como roubo, sequestro, pirataria, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e armas e extorsão. A afirmação foi feita, hoje à tarde, pelo consultor de inteligência financeira e policial britânico aposentado, Alan Lambert, que ministrou palestra durante o Fórum Internacional de Justiça (FOR-JVS 2008), que acontece no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo.

Ele abordou o tema "Terrorismo no Caribe e o que os terroristas fazem quando não estão aterrorizando". Citou fatos e notícias de atentados considerados terroristas nas ilhas do Caribe. O grupo terrorista IRA, com base na Grã-Bretanha, passou a investir em bens e imóveis no Caribe, segundo o palestrante.

Lambert afirmou que a fiscalização na fronteira dos Estados Unidos é muito difícil, principalmente, considerando-se o movimento anual de 11,5 milhões de caminhões, 829 mil aviões, 127 milhões de automóveis, 489 milhões de pessoas, 211 mil barcos e 11,6 milhões de conteineres. Ele defendeu reforço na vigilância para prevenir atos terroristas, mas, ressaltou, sem afetar as liberdades e os direitos civis.

Na sua avaliação, a única forma de combater o terrorismo e o crime organizado é rastreando e congelando os seus bens. Na sua avaliação, os governantes devem prestar mais atenção nas corporações internacionais e bancos estrangeiros. Nas ilhas do Caribe, conforme o consultor, existem aproximadamente mil bancos off-shores e mais de 600 mil corporações estrangeiras, sendo que 400 mil são apenas das Ilhas Virgens.

Alan Lambert citou relatório de agosto deste ano, que estima em 40 trilhões de libras o montante movimentado pelo crime organizado no Reino Unido. Somente de lavagem de dinheiro são 15 bilhões de libras. As drogas movimentam 4,25 bilhões de libras por ano.

Além disto, ele alertou que até fundos legítimos podem ser usados para financiar o terrorismo. Ele ainda fez histórico do maior grupo criminoso do Caribe, identificado como JAN.
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