Sequestro de bens é mais eficiente contra crime organizado

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16/10/2008 - 16:08 Por: Edivaldo Bitencourt    Foto: Roberto Higa

Presidente da Associação Nacional dos Juízes Federais Norte-Americanos, Charles Day, afirmou que a Justiça obtém resultado mais efetivo ao sequestrar os bens dos criminosos, do que condená-los a prisão. Ele ministrou a palestra "Gangues - o crime organizado transnacional" durante o Fórum Internacional de Justiça (FOR-JVS 2008), que acontece no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo.

Ele explicou que os criminosos não consideram ruim passar alguns tempos na prisão. Nos presídios, eles ganham status e legitimidade. Também continuam no comando das quadrilhas, que continuam tão lucrativas quanto antes das detenções.

Para o magistrado, a medida mais efetiva para combater o crime organizado é o sequestro dos bens, dinheiro e imóveis dos bandidos. Citou a nova legislação americana, conhecida como Rico, que tem o objetivo de combater a organização criminosa como um todo, não se restringindo aos crime praticados pelos integrantes. "Não basta cortar apenas a cabeça do monstro, é preciso acabar com o monstro", ressaltou.

Ele citou, como exemplo, uma das maiores quadrilhas do hemisfério Norte, conhecida como MS-13, com atuação em 40 estados e mais de 5 mil membros. Eles possuem sinais de mão, cores, tatuagens, entre outros. Foi criada uma força-tarefa para combatê-la, já que é considerada a organização criminosa mais perigosa e violenta das américas do Norte e Central.

Durante a exposição, Day falou que esta é a sua primeira viagem para um país da América do Sul. Revelou que enfrentou uma verdadeira via crucis para obter o visto para entrar no Brasil, o que lhe exigiu várias idas à embaixada brasileira. Contou que os brasileiros foram muitos exigentes, sendo muito detalhistas na emissão do visto.

Elogiou o Governo brasileiro, na sua luta por justiça e inclusão social. Destacou o etanol, o petróleo verde, e o potencial de se tornar grande fonte de energia no futuro. Apesar de ser a 10ª economia mundial, o Brasil, segundo o magistrado, ostenta o título de 2º maior consumidor mundial de cocaína, só atrás dos Estados Unidos.
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