Odilon: Brasil está "capenga" no combate ao terrorismo

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17/10/2008 - 18:31 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Higa

O juiz titular da Vara de Lavagem de Dinheiro e Crimes Financeiros em Campo Grande, Odilon de Oliveira, cobrou nesta sexta-feira (17/10) mais empenho do governo brasileiro no combate às organizações terroristas.

Ele ministrou a palestra "Postura do Brasil frente ao Terrorismo" durante o 4º Fórum Internacional de Justiça (FOR-JVS), no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo. "Dizer que o Brasil combate o terrorismo é uma fraude, o Brasil está capenga nessa luta e não dispõe nem mesmo de legislação específica contra as ações terroristas", disse.

Para Odilon, o enfrentamento do crime organizado internacional exige legislação rígida e integrada entre os países, além de ações coordenadas das polícias, Ministério Público e Judiciário, sintonia hoje inexistente. "Atualmente, no Brasil, quando um juiz, um procurador e um delegado se reúnem para discutir algum caso são criticados, mas isso é que é cooperação interna, é entendimento", analisou.

Ações conjuntas entre os países fronteiriços também devem ser priorizadas. "Sabemos que há pessoas que simpatizam com o Resbola, com a Al-Qaida e outros grupos terroristas, temos que estar atentos", disse, lembrando que o Brasil tem ainda a pecualiridade de uma fronteira seca de 16 mil quilômetros, o que facilita o trânsito de pessoas e mercadorias.

Segundo o juiz federal, as ações terroristas ainda são confundidas com crimes políticos. Já a lei de crimes financeiros, de 1986, é definida por Odilon como uma das melhores do mundo. Entre outras medidas, obriga os bancos a informarem a realização de movimentações financeiras suspeitas. "Os bancos que desrespeitam recebem multas pesadas. É assim quese mina o crime organizado, enfraquecendo seu poderio econômico, inclusive com confisco de bens", ressaltou.
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