Kemp aponta conquistas e desafios dos Direitos Humanos

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Deputado Pedro Kemp
10/12/2008 - 22:40 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Giuliano Lopes

A morte do índio pataxó Gaudino Jesus dos Santos (20 de abril de 1997), queimado em praça pública; do menino João Hélio (7 de fevereiro de 2007), arrastado por sete quilômetros preso ao sinto de segurança, e a agressão a uma empregada doméstica negra no ponto de ônibus no Rio de Janeiro (novembro de 2007) foram exemplos de desrespeito aos direitos humanos lembrados pelo deputado Pedro Kemp (PT) nesta quarta-feira (10/12).

Durante a sessão solene de celebração dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e de entrega da medalha Ricardo Brandão, Kemp disse que as agressões representam sintomas.

"São imagens de uma sociedade em crise, de projetos, de perspectivas, de ideologias, em crise de valores, uma sociedade que se rendeu ao mundo da técnica, da produção e do consumismo, sem se perguntar qual a finalidade de tanta produção", afirmou.

Kemp convidou os presentes à reflexão sobre o "valor real da vida humana" e criticou a banalização da violência e das situações que degradam a dignidade dos cidadãos.

Ao citar o Massacre do Carandiru, o extermínio de crianças na Candelária, trabalho escravo, violência doméstica, discriminação e tráfico de pessoas, o deputado reconheceu que os direitos fundamentais das pessoas ainda estão longe de se tornar realidade para um grande número de brasileiros.

Ainda assim, segundo ele, há o que se comemorar nos 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos. Para Kemp, embora lentamente, as mudanças já podem ser notadas, principalmente entre os segmentos mais pobres e marginalizados da população.

"As pessoas estão cada vez mais adquirindo consciência de seus direitos e estão se organizando, estão denunciando mais, estão cobrando e descobrindo a importância da mobilização social, da luta organizada, da solidariedade", enfatizou.

Kemp parabenizou os militantes dos direitos humanos pela luta diária e quase sempre anônima e reiterou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos continua a ser um ideal a ser perseguido. "É um instrumento a alimentar a utopia de um mundo as pessoas sejam realmente livres, iguais em direitos e dignidade", concluiu.
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