Comandante faz balanço da atuação da Marinha em MS

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Contra-almirante César Sidônio de Souza
11/12/2008 - 11:36 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Giuliano Lopes

O comandante do 6º Distrito Naval, em Corumbá, contra-almirante César Sidônio Daiha Moreira de Souza, fez um balanço da atuação da Marinha em Mato Grosso do Sul, durante sessão solente, nesta quinta-feira (11/12), para celebração do aniversário de nascimento do Almirante Joaquim Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré.

Segundo ele, somente em 2008, foram criadas 11 comissões que atuaram na assistência aos civis nas bacias dos rios Paraguai e Paraná. A Marinha também auxiliou a Secretaria Estadual de Trabalho, Assistência Social e Economia Solidária (Setass) no cadastramento de famílias ribeirinhas para o programa Vale Renda.

Em parceria com a Prefeitura de Corumbá, a força armada atuou na vacinação e entrega de cestas básicas e medicamentos a famílias que residem em áreas de difícil acesso, além de ter prestado atendimento médico e odontológico.

PELO MAR - O contra-almirante agradeceu a iniciativa da sessão solene, proposta pelo deputado estadual Coronel Ivan, e enfatizou a importância histórica do mar para os brasileiros.

"O Brasil foi descoberto pelo mar, por onde também chegaram os agressores, lutou-se pelo território e foi consolidada a Independência", lembrou.

Ele reiterou que os 8,5 mil quilômetros de litoral, além dos 40 mil quilômetros de rios no País, são determinantes para o desenvolvimento. "95% do comércio exterior do Brasil é feito pelo mar, 90% do petróleo é extraído do mar, isso sem contar as riquezas minerais", explicou.

Para o comandante Souza, mais investimentos em tecnologia naval podem elevar a produção de pescado de 985 mil toneladas para 1,5 milhão de tonelada por ano. "Tudo isso representa a força e a posição de destaque do Brasil no cenário internacional", disse. As fronteiras oceânicas também são delimitadas pelos navios que patrulham o mar.

EXEMPLO DE TAMANDARÉ - Helena Matos Centurião, diretora do Colégio Almirante Tamandaré, em Campo Grande, enalteceu a trajetória militar do "velho marinheiro" e o exemplo de simplicidade. "Foi um homem simples, sincero e cumpridor dos seus deveres, que muito bem representa a nossa filosofia de ensino", disse.

Helena leu o testamento do almirante. Ele exigiu que, ao morrer, fosse vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol, e abriu mão de flores e coroas. No peito, somente a a comenda do cruzeiro que ornava o peito de D. Pedro II em Uruguaiana.

Por determinação de Tamandaré, seu corpo foi conduzido de casa ao carro e deste à cova por homens negros, "meus irmãos em Jesus o Cristo que hajam obtido o fórum de cidadãos pela Lei de 13 de Maio", conforme havia escrito no testamento.

"Isto prescrevo como prova de consideração a essa classe de cidadãos em reparação à falta de atenção que com eles se teve pelo que sofreram durante o estado de escravidão; e reverente homenagem à grande Isabel Redentora, benemérita da pátria e da humanidade, que se imortalizou libertando-os", afirmou.

Almirante Tamandaré faleceu em 20 de março de 1897, aos 82 anos.









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