Audiência discute atendimento dos SAC e ações contra telefônicas

Imagem: Francisco Demontiê, da ABCCON
Francisco Demontiê, da ABCCON
30/03/2009 - 14:31 Por: Adriano Furtado    Foto: Giuliano Lopes

O representante da Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor (ABCCON), Francisco Demontiê Gonçalves Macedo, acredita que as empresas de telefonia estão usando os órgãos de defesa do consumidor como se fossem seus próprios "Serviços de Atendimento ao Consumidor".

Pela lógica de Demontiê, as empresas não investem em SAC e transferem para a máquina judiciária a responsabilidade de dirimir as avenças e resolver as reclamações. Para o representante da ABCCON, que participou da audiência pública "Diálogo Aberto: operadoras de telefonia e você", hoje na Assembleia Legislativa, as operadores não estão cumprindo os contratos de prestações de serviços.

Ainda sobre os call centers, a defensora pública da Defensoria do Consumidor Salete de Fátima do Nascimento comentou que o objetivo do serviço de atendimento oferecido pelas empresas de telefonia continua sendo o de impedir que o cliente tenha o problema resolvido ou mude de operadora. Apesar das novas regras para os call centers, a defensora disse que a estratégia dos atendentes agora é dizer que "o sistema está fora do ar".

Durante a audiência proposta pelo deputado Júnior Mochi (PMDB), o procurador de justiça e coordenador do Centro de Opoio ao Consumidor, Francisco Neves Júnior, disse que existem normas suficientes, inclusive internacionais, para proteger o consumidor, mas que falta iniciativa das empresas para melhorar as relações de consumo no setor de telefonia.

Já o juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Vilson bertelli, revelou que foi vítima por quatro ocasiões de erros cometidos por operadoras de telefonia e que em um dos casos teve arbitrado o recebimento de R$ 1 mil a título de dano moral pago pela operadora. O magistrado disse que o resultado foi decepcionante para ele.

Quanto ao grande número de reclamações, principalmente nos juizados especiais, Bertelli disse que - em parte - a culpa foi do próprio judiciário que acenou com o possibilidade de cancelamento da cobrança da assinatura básica para os serviços de telefonia.
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