Escolas de MS aderem a plano de ação contra violência

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Promotor Sérgio Harfouche
30/04/2009 - 16:01 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Higa

Gritos, desrespeito, intimidação e ameças, danos ao patrimônio público e agressões físicas entre alunos e contra funcionários das escolas. Esta é a realidade em diversos estabelecimentos de ensino de Mato Grosso do Sul.

Um plano de ação, apresentado nesta quinta-feira (30/04) a diretores e coordenadores pedagógicos, durante reunião na Assembleia Legislativa, tem como objetivo reverter esse quadro.

O idealizador da iniciativa, o promotor de justiça e presidente do Conselho Estadual Antidrogas Sérgio Fernando Harfouche, lembrou que os atos violentos na escola refletem a realidade dos alunos e que pais e a comunidade escolar devem trabalhar de forma integrada.

Harfouche desenvolveu o plano em Ponta Porã, onde foi identificada redução dos casos de agressões e ameaças. "Até mesmo a evasão escolar caiu 83%", disse.

Segundo a secretária estadual de Educação, Nilene Badeca, ação semelhante será desenvolvida em Campo Grande. Primeiramente, em parceria entre Governo do Estado e o Ministério Público Estadual (MPE), os professores e diretores assistirão a palestras enfatizando o papel deles na formação das crianças e adolescentes.

As escolas estarão "linkadas" ao MPE por meio de um site e poderão denunciar atos violentos, que serão investigados.

A secretária ressaltou que o plano visa prevenir a violência, conscientizando pais, alunos e educadores de que uma educação de qualidade depende de todos. "Muitas vezes acredita-se que cabe a escola o papel dos pais, que é o de educar os seus filhos, mas a formação deles depende também do envolvimento familiar", analisou.

Já aderiram ao plano duas escolas de Campo Grande, nos bairros Lageado e no José Antônio Pereira, regiões com altos índices de violência.

"Só com as palestras já sentimos uma mudança significativa de comportamento dos alunos", afirmou a diretora Regina Lúcia Abreu Silva, da Escola Estadual Thereza Noronha de Carvalho, no bairro Lageado, onde estudam 1200 alunos e trabalham 48 funcionários.

Ela lembra que além do trabalho de orientação, serão desenvolvidos mecanismos de punição de alunos infratores, de acordo com o regimento interno das escolas.

A Rede Estadual de Ensino reúne 300 mil alunos em 362 escolas, onde trabalham 14 mil professores.
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