Ex-ministro alerta para internacionalização do setor de açúcar e álcool

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Roberto Rodrigues
03/07/2009 - 11:39 Por: Edivaldo Bitencourt    Foto: Giuliano Lopes

Em crise, as usinas de açúcar e álcool vão sofrer um grande processo de concentração e internacionalização, segundo o ex-ministro da Agricultura e coordenador do Conselho Superior do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues. Ele participa do 1º Encontro das Frentes Parlamentares do Cooperativismo: Frencoops nacional e estadual, que acontece na manhã de hoje no Plenário Júlio Maia, na Assembléi Legislativa.

Rodrigues destacou que a crise do setor reflete a falta de planejamento do poder público e das empresas. "Tem cana demais e não tem mercado", ressaltou o ex-ministro, recorreu a uma linguagem figurada para explicar a falta de planejamento do setor. "Estão plantando cana até em jardim de igreja", disse.

Ele contou que o Governo federal tem 12 ministérios, com os mais altos especialistas do Brasil para discutir a política do etanol, mas que não conversam entre si. Ele citou que os Estados Unidos já sabem quanto vão precisar produzir de etanol para suprir o mercado interno em 2020. A previsão de 132 bilhões de litros, sendo que a produção interna não ultrapassará 100 bilhões. O excedente, os americanos vão buscar no mercado externo.

Ainda sobre a crise, Rodrigues afirmou que ainda haverá "muito choro e ranger de dentes". No entanto, na sua avaliação, a crise será superada, mas antes haverá concentração do mercado nas mãos de poucos e internacionalização do setor.

Sobre as cooperativas, Roberto Rodrigues refletem a realidade regional. "Cooperativismo é uma doutrina secular", destacou, sobre a importância das cooperativas, que contam com 8 milhões de associados no País.
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