Proibição de cana na BAP não tem motivação técnica, diz Imasul

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09/12/2009 - 16:45 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Roberto Higa

O diretor de Desenvolvimento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul(Imasul), Roberto Gonçalves, afirmou nesta quarta-feira (09) que a proibição do plantio de cana-de-açúcar e da instalação de usinas na Zona do Alto Taquari, na Bacia do Alto Paraguai (BAP), não tem justificativa técnica.

Durante a audiência pública Zoneamento Ecológico-Econômico, proposta pelo deputado estadual Paulo Corrêa (PR), Gonçalves ressaltou que o cultivo da cana-de-açúcar se renova a cada cinco anos, enquanto que no de soja o revolvimento da terra acontece anualmente, expondo mais o solo às erosões. "A proibição não é técnica, pode ser política", disse.

Segundo ele, o plantio da cana é muito menos agressivo ao ambiente do que a maioria dos cultivos, como a soja, que utiliza grandes quantidades de defensivos químicos.

O diretor do Imasul informou que todas as usinas de álcool, antes de se instalarem em Mato Grosso do Sul, estão sujeitas ao processo, conduzido pelo órgão, para obter o licenciamento ambiental e precisam apresentar o Estudo de Impacto Ambiental.

Sem ostracismo

O diretor do Imasul defendeu o plantio de cana-de-açúcar e a instalação de usinas como alternativas para o desenvolvimento econômico do Norte do Estado. "Não se pode relegar determinadas regiões a permanecerem eternamente em desenvolvimento, e não desenvolvidas", disse. Para ele, a região Norte necessita de uma política de desenvolvimento mais eficiente.

Gonçalves ponderou que, ao optar pelo desenvolvimento da região, o Estado não está abdicando da preservação ambiental. "A tecnologia hoje [empregada nas usinas] é muito diferente, com reutilização da água, lavagem da cana com ar comprimido e dispositivos de segurança mais seguros e eficientes", finalizou.
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