Rede Solidária transforma desempregado em empreendedor

Imagem: Pelos cálculos do deputado Laerte Tetila, a rede já qualificou dez mil trabalhadores.
Pelos cálculos do deputado Laerte Tetila, a rede já qualificou dez mil trabalhadores.
05/05/2011 - 12:01 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

Implantada há 10 anos em Dourados, a Rede de Economia Solidária é um projeto que transforma desempregados e pessoas em situação de subemprego em empreendedores. Ex-prefeito daquela cidade, o deputado Laerte Tetila (PT) destacou, nesta quinta-feira (5/5), o sucesso do projeto, que está sendo retomado em Dourados após dois anos.

"Criando uma nova economia, um novo mundo é possível", afirmou o deputado. O projeto é baseado no Grameen Bank, o primeiro banco do mundo especializado em microcrédito que foi concebido pelo professor bengalês Muhammad Yunus em 1976, visando erradicar a pobreza. O Grameen Bank ganhou o Nobel da Paz em 2006 juntamente com o fundador Muhammad Yunus.

Na primeira etapa do projeto implantado em Dourados, são ministrados cursos de qualificação pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). "Eram ministrados cursos para 31 atividades diferentes, seis destinados a pessoas com algum tipo de deficiência", explicou Tetila.

Os cursos eram dados em igrejas evangélicas e em locais da prefeitura. Dourados já qualificou dez mil trabalhadores como pizzaiolos, mecânicos de bicicletas, artesãos, manicures e cabeleireiros, entre outros. "Além de aprender a profissão, o trabalhador aprende a ser empreendedor, a ter noções de gerenciamento empresarial", disse o ex-prefeito.

Ainda conforme ele, foram montados 280 empreendimentos nos bairros de Dourados por beneficiários do projeto de Economia Solidária, além de loja no shopping center e no centro.

Em 2001, a cidade tinha seis pizzarias. Graças ao projeto, esse número saltou para 82 em menos de oito anos.

Um banco de microcrédito empresta dinheiro para os empreendimentos com condições especiais. Há ainda uma moeda própria em Dourados, o pirapirê (palavra indígena que significa dinheiro).

Toda a comunidade é beneficiada. "Por quê pagar o dobro do preço pelo amaciante de marca se no bairro tem um pela metade do preço?", questionou Tetila.

A Rede de Economia Solidária já movimenta R$ 7 bilhões por ano no Brasil, segundo o deputado. O maior exemplo no País está em Palmas (TO), com a transformação de uma favela em um local de vários pequenos empreendimentos.
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