Entidades apresentam trabalhos que combatem a dependência

Os projetos Fazenda da Esperança e Amor Exigente foram apresentados durante o ciclo de palestras e debates sobre a importância da família na dependência química, realizado na manhã desta quarta-feira (31/8) na Assembleia Legislativa. O evento foi organizado pelo Centro de Saúde da ALMS.

O médico titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Fábio Augusto Moron, afirmou que a experiência com o trabalho na Fazenda da Esperança proporcinou uma nova visão do problema, citado por ele como a “nova lepra”.

Segundo ele, “o problema não reside só na família, mas no nosso egoísmo; na sociedade que estimula o ‘ter’ e não o ‘ser’; da nossa pressa, por isso vim falar do amor e do perdão, pois o consumo de drogas é um fenômeno mundial. É um problema da saúde pública, da segurança pública e da educação”.

Moron falou sobre o Projeto Viver de Cara Limpa, em que se trabalha prevenção, a manutenção e a reinserção. “Trabalhar a prevenção é melhor que tratar, fazer manutenção e a reinserção social”. A Fazenda da Esperança é uma comunidade terapêutica, de atendimento a dependentes químicos, criada em 1983 em Guaratingueta (SP), sem fins lucrativos.

Conforme o médico, a Fazenda não usa medicamentos para desintoxicação e os índices de recuperação são de 80%. No Brasil já são cerca de 60 fazendas e mais 17 no exterior, como Alemanha, Rússia, Portugal, Estados Unidos, Filipinas, entre outros. "Enfim, nessas fazendas a gente recebe os jovens com uma dose de amor e uma dose de perdão”, concluiu.

Amor Exigente - A última palestra desta quarta-feira foi realizada pelo militar aposentado da Força Aérea Brasileira, o advogado Fernando Orempuller Pulchério. Ele foi um dos responsáveis pela implantação e coordena o programa Amor Exigente em Mato Grosso do Sul. Para ele, o projeto é um programa de auto e mútua ajuda que desenvolve preceitos para a organização da família, praticados por meio dos 12 princípios básicos e éticos com objetivo de sensibilizar as pessoas, levando-as a perceberem a necessidade de mudar o rumo de suas vidas e do mundo, a partir de si mesmas.

Criada nos Estados Unidos na década de 70 por pais que tiveram seus filhos envolvidos com o consumo indiscriminado de álcool e outras drogas, a ideia chegou ao Brasil no início da década de 80 trazida pelo padre Haroldo, que dois anos depois teve apoio de Mara Sílvia de Menezes, na estruturação da nova filosofia de vida, que busca segurança, equilíbrio e coragem.

Em nível nacional, o programa Amor Exigente conta com 10 mil voluntários que atendem cerca de 100 mil pessoas por mês e estão em quase todos o Brasil, faltando a implantação apenas na Bahia, Amapá e Roraima. O evento “A Família e as Drogas – Como evitar que seus filhos adoeçam?” foi dirigido aos servidores e fez parte das atividades do Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, criado pela Lei Federal 7.488 e comemorado em 29 de agosto.