Bairros saem ganhando com trabalho de líderes comunitários

Imagem: Deputado Cabo Almi é o autor da lei que criou o Dia Estadual do Líder Comunitário.
Deputado Cabo Almi é o autor da lei que criou o Dia Estadual do Líder Comunitário.
14/11/2011 - 16:00 Por: Talitha Moya    Foto: Rafael Alfonso

No dia 28 de outubro, o governador André Puccinelli (PMDB) sancionou a lei 4.104, que institui o Dia Estadual do Líder Comunitário, a ser comemorado em 25 de agosto. A proposta do deputado Cabo Almi, vice-líder do PT na Assembleia Legislativa, tem o objetivo de homenagear, segundo o próprio autor, "o servidor voluntário da sociedade, que é a peça de mobilização mais rápida no processo de soluções dos problemas comunitários". Mas como trabalha uma liderança comunitária e qual a sua importância à população?

Para o presidente do bairro Jardim Noroeste e do Conselho Regional do Prosa, Carlos Henrique Faustino Rosa, o papel do líder comunitário faz a diferença no dia a dia dos moradores. "A importância desse representante é nítida nas conquistas e melhorias trazidas para a comunidade", afirma. Segundo ele, desde 2005, quando assumiu a presidência do Noroeste, o local sofreu várias mudanças graças ao trabalho de liderança. "É um apoio fundamental que fortalece o desejo do povo junto aos poderes públicos. Hoje, o Noroeste é outro após anos de luta", ressalta.

Campo Grande possui cerca de 300 líderes comunitários que, entre as principais atribuições, podem sugerir obras e serviços e debater o orçamento anual das regiões urbanas que representam. Diferente do presidente, que precisa ser eleito para chegar ao cargo, o líder comunitário é conhecido por adotar uma postura voluntária de comprometimento com as questões do bairro. "É o representante mais próximo do povo e o mais influente também", define o presidente do bairro Belo Horizonte, Nei Pretinho, que também liderou a região durante anos. "O líder não tem poder para decidir, mas é ele quem corre atrás para fazer com que os anseios dos moradores sejam atendidos", diz.

As necessidades dos bairros são inúmeras, como explica Madalena Sarat, 40, que é estudante de Artes Visuais e líder comunitária há mais de dez anos no Jardim Noroeste. "As pessoas me pedem ajuda de todos os tipos, desde alimentação até melhorias na estrutura do bairro", conta. O envolvimento com o trabalho de liderança, lembra Sarat, começou naturalmente. "Percebi que era uma forma até mesmo de esquecer os problemas pessoais quando eu tratava dos problemas de toda a comunidade", acrescenta. "Não ganho nada por isso, mas trabalho com amor e me sinto feliz quando as pessoas vêm me agradecer pelas conquistas", conclui, satisfeita.

O trabalho do líder comunitário do Rita Vieira, Antônio Francisco, contribuiu com a implantação de novos cursos de formação profissional no bairro no último mês. "A nossa região precisava dessa oportunidade”, afirmou.

Tanto Antônio quanto outras lideranças de bairros têm sido fundamentais para o processo de qualificação de mão de obra na Capital. A partir do envolvimento dos líderes, o programa Ação Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), tem elevado as regiões atendidas e qualificado milhares de trabalhadores em cursos gratuitos de costura industrial, pedreiro, eletricista e informática básica para atender a demanda da indústria em Campo Grande. "É um trabalho conjunto que envolve os líderes comunitários na captação das inscrições. Eles são os agentes multiplicadores do programa que, nos últimos sete meses, já formou mais de 600 trabalhadores e os encaminhou às indústrias", informa o presidente da federação, Sérgio Longen.
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