Denúncia de armamento em aldeia pode levar à abertura de CPI

Imagem: Deputado Marcio Monteiro coletando assinaturas para o requerimento que pede instação de CPI.
Deputado Marcio Monteiro coletando assinaturas para o requerimento que pede instação de CPI.
28/11/2012 - 15:57 Por: Marycleide Vasques    Foto: Wagner Guimarães

A denúncia feita pelo presidente da Associação Estadual dos Direitos das Comunidades Indígenas do Mato Grosso do Sul, Danilo de Oliveira, na tribuna da Assembleia Legislativa, no dia 13 de novembro, apontando a existência de suposto armamento pesado escondido na Aldeia Buriti, pode acarretar na abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso. O requerimento foi entregue à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (28/11) pelo deputado Marcio Monteiro (PSDB).

"Isso nos preocupa porque estamos em uma campanha imensa, para que a gente possa estar conciliando de uma forma pacífica os interesses indígenas e os dos produtores. Entendemos que uma atitude dessa forma pode colocar em risco tudo aquilo que as autoridades vêm buscando", disse o deputado.

O requerimento já tem apoio de 12 parlamentares, número considerado necessário para a instauração da CPI. Cabe à Mesa Diretora analisar o pedido e, havendo procedência, determinar a abertura da comissão.

Em junho a Justiça determinou a desocupação de 17 mil hectares localizados entre os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, ocupados pelos índios, e sua devolução aos produtores rurais. Em agosto, equipes da Polícia Federal e da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) estiveram na Aldeia Buriti, em Dois Irmãos do Buriti, cumprindo 14 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, por porte ilegal de arma e outros ilícitos encontrados no local. Seis lideranças indígenas foram detidas e depois liberadas.

"Essa questão só veio agravar (o conflito por terra em MS). Já estamos em alerta com alguns pontos tencionados, principalmente nas regiões de Iguatemi e Paranhos, e agora nos preocupa mais essa denúncia da existência de armamento pesado. Queremos evitar invasões e confrontos", ponderou Monteiro. "Vamos buscar esclarecimentos e por meio da Polícia Federal saber que ações estão realizando, ouvir os indígenas que denunciaram e os que foram denunciados de forma mais detalhada e buscar nos órgãos competentes uma ação mais efetiva para esclarecer os fatos", acrescentou o tucano.

Assinaram o requerimento os deputados Antônio Carlos Arroyo (PR), Cabo Almi (PT), Diogo Tita (PPS), Dione Hashioka (PSDB), Felipe Orro (PDT), George Takimoto (PSL), Lauro Davi (PSB), Mara Caseiro (PTdoB), Professor Rinaldo (PSDB) e Zé Teixeira (DEM).
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