Tercerização põe em risco saúde da população, diz fiscal agropecuário

Imagem: André Quirino, delegado do Sindicato dos Fiscais Federais Agropecuários de MS, falou sobre assunto na tribuna
André Quirino, delegado do Sindicato dos Fiscais Federais Agropecuários de MS, falou sobre assunto na tribuna
08/07/2015 - 12:05 Por: Talitha Moya    Foto: Comunicação - ALMS

O delegado do Sindicato dos Fiscais Federais Agropecuários de Mato Grosso do Sul, André Castriani Quirino, protestou contra a proposta de terceirização do serviço de inspeção, fiscalização e defesa agropecuária. Ele usou a tribuna durante a sessão plenária desta quarta-feira (8/7) e pediu apoio dos deputados estaduais para barrar o projeto do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Segundo o delegado, fiscais agropecuários federais, estaduais, municipais e técnicos preparam para hoje (8) um ato público nacional para chamar atenção aos prejuízos da terceirização da fiscalização agropecuária. “A contratação de mão de obra privada poderá afetar em muito um dos serviços mais importantes para a população”, argumentou.

A terceirização da inspeção sanitária, explica André, além de colocar em risco a saúde do consumidor, ainda pode gerar perdas dos mercados internacionais já conquistados e dar margem a fraudes contra a economia popular.
O delegado criticou a postura do governo que alega a pretensão de adotar o sistema no sentido de economizar na folha salarial. “A fiscalização agropecuária não é custo, é investimento”, retrucou.

Atualmente, o Brasil exporta alimentos para mais de 200 países. Segundo o delegado, a terceirização vai na contramão das normas mundiais como a da FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação), que recomenda que o governo mantenha sob sua responsabilidade serviços veterinários básicos como a inspeção de carnes e alimentos.

O delegado destacou ainda o déficit de fiscais no País. “Há uma ausência de concursos públicos há muitos anos e 60% dos profissionais estão prestes a se aposentar. Se todos resolverem se aposentar, seria criado um caosno setor”, alertou.
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