Deputados discutem detalhes de Acordo Internacional de Polícia Comunitária

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Perita da polícia japonesa, Hisami Ohashi, visita a Assembleia Legislativa
18/08/2015 - 12:11 Por: Christiane Mesquita    Foto: Victor Chileno

A perita da polícia japonesa, Hisami Ohashi esteve na Casa de Leis, nesta terça-feira (18/08), para tratar do Acordo de Cooperação Técnica Internacional na área da Polícia Comunitária entre o Brasil e o Japão. O objetivo é o estabelecimento de um sistema contínuo e autossuficiente de multiplicação da Polícia Comunitária pelas Instituições Brasileiras. Mato Grosso do Sul é um dos três estados escolhidos para conhecimento do avanço das políticas militares.

O presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB), agradeceu a presença da perita japonesa, reafirmando a importância do conhecimento técnico prioritário para a parceria. O parlamentar também lembrou que Mato Grosso do Sul e Okinawa são "Estados Irmãos", por aqui ser a terceira maior colônia de japoneses no Brasil e a maior de originários da ilha. "Para nós, da Assembleia Legislativa, é motivo de orgulho e satisfação recebê-la, pois aproxima os laços com o Japão e estreita ainda mais nossas relações”, frisou.

O deputado estadual Professor Rinaldo (PSDB), líder do governo, agradeceu a cooperação internacional, feita com apoio do governo do Estado e da Polícia Militar, porque temos parte da "maior fronteira seca existente no País, lugar de muitos crimes e contravenções". Já Cabo Almi (PT), segundo secretário da Casa de Leis, perguntou se os vencimentos recebidos pelos policiais japoneses sustentavam e davam dignidade às famílias. A perita disse que "não são abastados, mas recebem o suficiente para sustentar a família". Almi completou que no Brasil uma das lutas dos militares é pelo aumento do soldo.

Hisami percebeu os pontos comuns entre a Polícia do Estado e a Japonesa. "A Polícia daqui está cada vez mais próxima do cidadão. Esperamos que Mato Grosso do Sul continue engajado para melhorar a qualidade de vida da população e há algumas facetas da Polícia que ainda não estão alinhadas, mas o Estado terá condições de aperfeiçoar. É isso que vim fazer aqui hoje, trazer essas informações a vocês, do Legislativo Estadual”, destacou.

João Grandão (PT), preocupado com a existência de um fator discriminatório em relação a latinos que cometem crimes no Japão, obteve a resposta de que os crimes recorrentes são os furtos e não há um perfil predominante de criminosos com destaque para os nipo-brasileiros, e que, comparados aos demais estrangeiros, não são um número considerável, não se destacam.

George Takimoto (PDT) perguntou se havia incidência de doenças mentais nos crimes de mortes no Japão, pois aqui no País trabalha-se pouco em relação ao doente mental ligado à criminalidade. De acordo com o deputado, esse criminoso deveria estar em um manicômio judicial, mas é colocado em prisão comum. Segundo Hisami Ohashi, “há realmente problemas psicológicos a serem levantados, mas não há informações precisas, pois todos passam por uma perícia, mas o crivo é muito difícil”, contou.

O coronel da Polícia Militar, Carlos Santana, coordenador estadual de Polícia Comunitária, afirmou que no Japão o policial primeiro aprende a lidar com a comunidade, para depois ter treinamento contra crimes. "A doutrina aqui em Mato Grosso do Sul de Polícia Comunitária está evoluindo a passos largos, existem mais de 40 Conselhos Comunitários e mais de 4.500 pessoas capacitadas para a Polícia Comunitária”, completou. Também participaram da reunião os deputados Maurício Picarelli (PMDB), corregedor-geral do Parlamento; Amarildo Cruz (PT); Beto Pereira (PDT) e autoridades da Polícia Militar estadual.
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