Autoridades e especialistas debatem pulverização aérea em MS

Imagem: A audiência pública foi proposta pelo deputado estadual Amarildo Cruz
A audiência pública foi proposta pelo deputado estadual Amarildo Cruz
08/11/2016 - 06:38 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Roberto Higa

Autoridades e especialistas estarão reunidos na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (8/11), para debater o aperfeiçoamento da legislação que dispõe sobre pulverização aérea em Mato Grosso do Sul. Este é o tema da audiência pública proposta pelo deputado Amarildo Cruz (PT), em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Comissão de Combate aos Impactos de Agrotóxicos no Estado.



Segundo Amarildo, estudos recentes do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) indicam que o aumento de casos de câncer registrados no Brasil está diretamente relacionado com a intensificação do uso de agrotóxicos em todo o País. “Esse é um assunto preocupante e que precisa ser discutido com profundidade e responsabilidade. O País é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo. Temos o caso comprovado de intoxicação de centenas de pessoas na cidade de Lucas do Rio Verde, no vizinho estado de Mato Grosso, em 2006, durante uma pulverização aérea. Até hoje moradores daquele município sofrem com os problemas daquela intoxicação”, alerta o deputado.



Levantamento do Ministério da Saúde revela que a venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$ 7 bilhões, entre 2001 e 2008, alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2011. Estudos estimam que aproximadamente 25 milhões de trabalhadores agrícolas de países pobres sofram com algum tipo de intoxicação causada por exposição a agrotóxicos. De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), o Estado é o maior consumidor do Brasil, com o equivalente a 43 litros de veneno por habitante.



Em Mato Grosso do Sul, a estimativa é que cada pessoa consome proporcionalmente até 40 litros de agrotóxicos por ano, quase seis vezes mais do que a média nacional per capita, que é de 7,3 litros anualmente. A exposição e o consumo de produtos contaminados podem causar, a médio e longo prazos, distúrbios neurológicos, problemas respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e na produção de hormônios, além de má formação fetal e diversos tipos de câncer.



* Com informações da assessoria parlamentar.

 

Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.