Para britânico, autoridades devem 'minar' crime organizado

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Fletcher Baldwin Júnior
16/10/2008 - 11:53 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Higa

O diretor do Centro para Estudos de Crimes Financeiros Intenacionais de Washington, Fletcher Baldwin Júnior, defendeu nesta quinta-feira (16/10) o rastreamento de movimentações financeiras e de bens para desmantelar o crime organizado internacional.

Ele foi um dos palestrantes neste segundo dia do Fórum Internacional de Justiça (FOR-JVS), no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, com o tema "Domínio da Lei: um componente essencial da guerra financeira contra o crime organizado".

Para Fletcher, a organização logística e tecnológica dos grupos criminosos exige o aperfeiçoamento de métodos por parte das polícias e governos, além de ações integradas. "Mais de 90% do dinheiro lavado no mundo passa pelos bancos, que não podem ser punidos pelo que fazem seus clientes, mas podem desenvolver métodos que possibilite identificar ações criminosas", disse. "Uma coisa sabemos, que as organizações vão investir em Nova Iorque, Londres ou Paris, por exemplo, lugares que consideram estáveis, e não no Afeganistão", analisou.

Segundo Fletcher, a mesma integração que possibilta rapidez nas operações financeiras deve também permitir investigações objetivas e mais apuradas sobre os grupos criminosos, o que na prática ainda não acontece. "Há uma série de relatórios, de balanços e estatísticas que não servem para nada", disse.

REFORÇO - Para o pesquisador, é fundamental envolver as instituições financeiras e as autoridades políticas no combate ao crime organizado internacional. "Nenhum banco vai querer ter seu nome estampado no jornal dizendo que é contra qualquer ação de combate à lavagem de dinheiro. E o banco pode ajudar muito nisso", reiterou.

Em relação aos Estados Unidos, disse que o Congresso Nacional pode solicitar aos banqueiros levantamento sobre operações financeiras duvidosas, que poderia levar as autoridades a bens adquiridos de forma ilegal. "Depois disso, cabe aos tribunais federais julgar o que é ou não ilícito", explicou.













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