Retomada de área para habitação em Corumbá causa polêmica

Imagem: Deputado Paulo Duarte e Deputado Paulo Côrrea
Deputado Paulo Duarte e Deputado Paulo Côrrea
01/09/2009 - 11:36 Por: Edivaldo Bitencourt    Foto: Giuliano Lopes

Uma área de 60 hectares do Estado em Corumbá, destinada em 1992 para a implantação de indústrias e retomada neste ano para a construção de 1,2 mil casas populares, causou polêmica na sessão desta terça-feira na Assembléia Legislativa. Deputados de oposição e da base aliada se dividiram sobre o tema.

O tema começou a ser abordado pelo deputado estadual Paulo Duarte, que ocupou a palavra pela liderança do PT. Ele criticou o governador André Puccinelli (PMDB) por ter retomado o imóvel, sem consultar o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (PT).

Condenou ainda a realização de propaganda nos meios de comunicação criticando o prefeito, que não teria aceito parceria com o Governo do Estado. Ele criticou a construção de casas, porque o residencial ficará entre uma estação de tratamento de esgoto e uma indústria de cimento. O petista citou a Capital, que foi obrigada a desativar uma estação de tratamento de esgoto porque o mau cheiro incomodava os moradores.

Duarte acusou o secretário estadual de Habitação e das Cidades, deputado licenciado, Carlos Eduardo Xavier Marun, de politizar a questão. Ele disse que o Governo do Estado deveria comprar área e construir quantas casas quiser em Corumbá. A prefeitura adquiriu áreas para construir 1,2 mil em parceria com o Governo federal.

Líder do PT, Pedro Teruel, afirmou que o Governo realiza propaganda de obras do Governo federal como se fossem suas e ainda usa o dinheiro público para atacar o prefeito do PT. Duarte afirmou que Cunha enviará um relatório sobre o ocorrido, desde a cessão do imóvel pelo então governador Zeca do PT até a retomada por Puccinelli aos deputados.

Plano diretor - Paulo Corrêa (PR) defendeu o Governo ao ocupar a tribuna nas explicações pessoais. Ele disse que o mais importante é reduzir o déficit de 4,5 mil casas do município.

Ele disse que Marun tentou parceria com a prefeitura de Corumbá desde o início da atual gestão, em janeiro de 2007, mas não conseguiu viabilizar a parceria.

"É muito difícil arrumar área para construir casa em Corumbá", afirmou Corrêa, que como secrtário estadual de Habitação, já teve problemas para arrumar áreas para o programa. Ele contou que a cidade só tem morros e obra de esgoto custa três vezes mais por causa das pedras.

Corrêa ainda citou o Plano Diretor do município de Corumbá, que alterou a destinação da área onde está o imóvel de 60 hectares. A mudança, sancionada em 26 de abril de 2006, permite a construção de casas populares no local.

Júnior Mochi (PMDB) defendeu uma audiência pública para debater a destinação do imóvel em Corumbá. Corrêa chegou a sugerir a participação do prefeito para anunciar o que deseja construir no local. Paulo Duarte afirmou que a base aliada queria constranger o prefeito do município com a medida.
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